Os preços de alguns dos principais produtos alimentares mostram uma tendência de descida, em alguns mercados da Cidade de Maputo, apesar da constante oscilação dos preços que se tem verificado, desde que o novo coronavírus se tornou uma realidade, no nosso país.
A constatação parte do levantamento feito pelo Observatório do Meio Rural (OMR), nos dias 15 e 22 de Abril, em quatro mercados da cidade de Maputo (Zimpeto, Fajardo, Central e Xiquelene), cinco da cidade da Beira (Central, Chingussura, Maquinino, Mascarenha e Praia Nova) e três da cidade de Nampula (Central, Matadouro e Waresta).
O levantamento, que já se tornou rotina naquela organização da sociedade civil, incidiu sobre 13 produtos que registaram maiores variações de preço (igual ou acima de 10%), nomeadamente: o açúcar castanho, amendoim, banana, batata-reno, carvão, cebola, coco, farinha de milho, feijão nhemba, mandioca, tomate, peixe carapau e repolho.
De acordo com o quinto Boletim de Preços Resumido, publicado semanalmente pela organização, a propósito dos efeitos causados pela Covid-19, o tomate foi o produto cujo preço mais reduziu, na cidade de Maputo, tendo baixado em 50% no Mercado Grossista do Zimpeto e 20% no mercado retalhista do Fajardo. No dia 15 de Abril, o molho de tomate foi vendido a 40 Mts no Zimpeto e 50 Mts no Fajardo, mas no dia 22 foi comercializado a 20 e 40 Mts, respectivamente.
Já o preço do carvão baixou nos mercados Central (25%) e Xiquelene (33%) e do amendoim reduziu em 17% no Zimpeto e em 25% no Fajardo. No dia 15 de Abril, o carvão era adquirido a 40 Mts, no mercado Central e 30 Mts no mercado Xiquelene, porém, no dia 22 custava 30 e 20 Mts, respectivamente. O copo de amendoim era vendido a 30 e 40 Mts nos mercados do Zimpeto e Fajardo, respectivamente, no dia 15, mas no dia 22 era comercializado a 25 Mts, no Zimpeto e 30 Mts, no Mercado Fajardo.
Por seu turno, o preço do repolho baixou em 11% no Zimpeto e em 17% no Fajardo. No dia 15, era vendido a 90 e 120 Mts, por unidade, nos mercados Zimpeto e Fajardo, respectivamente, no entanto, no dia 22, a mesma quantidade era comercializada a 80 e 100 Mts, respectivamente. Enquanto isso, o preço do mesmo produto subiu nos mercados Maquinino (25%), Praia Nova (11%) e Mascarenha (10%), na cidade da Beira. No mercado Maquinino, o repolho saiu de 40 para 50 Mts, enquanto na Praia Nova saiu de 45 para 50 Mts. Já no mercado Mascarenha saiu de 50 para 55 Mts.
Outro produto que baixou o preço, na capital do país, é a batata-reno: Central (30%), Xiquelene (18%), Zimpeto (14%) e Fajardo (7%). No Zimpeto, o saco de 10 Kg baixou de 290 para 250 Mts; no Fajardo de 300 para 280 Mts; no Xiquelene de 330 para 270; e no mercado Central de 500 para 350 Mts. Na cidade de Nampula, o preço deste bem baixou no Waresta (10%) e manteve-se estável no mercado Central.
O preço da cebola também decresceu nos mercados Zimpeto (32%), Central (13%) e Fajardo (5%), na Cidade de Maputo, o que não aconteceu com a farinha de milho: manteve-se constante nos mercados da cidade de Maputo, excepto no Zimpeto, onde reduziu em cerca de 11%.
“No açúcar castanho e feijão nhemba, na cidade de Maputo, observaram-se reduções do preço no Zimpeto, em 11% (em ambos mercados), aumento do preço no Xiquelene, 6% e 13%, respectivamente, e estabilidade dos preços nos restantes mercados. O preço do açúcar subiu nos mercados das cidades da Beira, a partir de 7%, e de Nampula, em 23% em todos os mercados”, diz o OMR, acrescentando que o preço do peixe carapau também reduziu em 35% no mercado Chingussura e manteve estabilidade na Praia Nova, na cidade da Beira.
Enquanto isso, o preço do coco apresentou aumentos, nas cidades de Maputo e da Beira, segundo o OMR. “Nos mercados Zimpeto e Fajardo (Maputo) aumentou em pelo menos 40%; na Beira, subiu nos mercados Mascarenha em 50%, em 25% no Maquinino e baixou em 33% em Chingussura. Nos restantes mercados das duas cidades, manteve estabilidade”, refere a fonte.
Outro produto, cujo preço aumentou é a banana. Nos mercados da cidade de Maputo, aumentou em 25% e, em Nampula, subiu em 14% no Waresta e manteve-se estável no Matadouro. “A mandioca (Maputo) apresentou aumento do preço no Zimpeto (25%) e Fajardo (33%) e manutenção do preço nos restantes mercados”, acrescenta a OMR.
Segundo a organização, muitos produtos apresentaram reduções significativas de preços e outros mantiveram o preço estável. “Uma minoria dos produtos apresentados teve aumentos de preços significativos”, sublinha a fonte, salientando que a cidade de Maputo continuou a apresentar maior número de produtos com variações de preços igual ou acima de 10%, em pelo menos um mercado.
De acordo com o OMR, um mês após o diagnóstico do primeiro caso de Covid-19, no país, dentre os produtos analisados, o preço do açúcar castanho nacional, com alguma variabilidade, continua a subir e alguns produtos que apresentaram aumentos significativos de preços, nos primeiros dias após o diagnóstico da doença, têm mostrado uma tendência decrescente de preços. (Carta)