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segunda-feira, 27 abril 2020 06:59

Empresários dizem que os 500 milhões de USD do Banco Central não estão a surtir efeito

Representados pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), os empresários revelaram, na última sexta-feira (24), em Maputo, que a linha de financiamento de 500 milhões de USD lançada em Março passado, pelo Banco de Moçambique (BM), não está a contribuir para mitigar os efeitos da crise provocada pela Covid-19 na economia nacional.

 

Lembre-se que, ao introduzir aquela linha de financiamento, por um período de nove meses, o Banco Central previu que, acedendo ao fundo, os bancos comerciais terão mais liquidez (dinheiro) em moeda estrangeira, podendo vendê-la aos seus clientes para a realização de importações. O Banco de Moçambique previu ainda que o financiamento ajudará a reduzir a oscilação da taxa de câmbio e, por essa via, promover a estabilidade do preço dos bens e serviços.

 

Entretanto, aos olhos da CTA, esse desiderato não se está a verificar no sistema financeiro e económico do país. “A linha de financiamento de 500 milhões de USD, criada para assegurar maior disponibilidade de divisas no mercado e responder às necessidades de importação de produtos essenciais não está a surtir os efeitos desejados”, disse o Presidente do Pelouro de Política Financeira e Fiscal da CTA, Bernardo Cumaio.

 

Com isto, a congregação pretende informar que o Dólar não está a circular como deve e, perante a constatação da escassez de divisas no mercado, a CTA considera necessário encontrar melhores práticas de intervenção no mercado cambial para uma melhor operacionalização desta medida e assegurar o acesso das empresas às divisas. “Para os efeitos aqui mencionados, a venda directa no Mercado Monetário Interbancário parece-nos ser a mais adequada”, propôs Cumaio.

 

Falando em conferência de imprensa, o Presidente do Pelouro de Política Financeira e Fiscal da CTA, relatou ainda que, a cada vez maior propagação da pandemia no país tem representado grandes desafios que impedem a fluidez dos negócios e a geração de fluxos de caixa suficientes para manter o funcionamento do sector empresarial, resultando, até ao momento, na suspensão das actividades de mais de 364 empresas e afectando mais de 10 mil postos de trabalho, principalmente no sector de hotelaria e restauração.

 

“De uma forma geral, segundo constatamos, as empresas estão, neste momento, a funcionar em apenas 25% do seu potencial, o que sinaliza um abrandamento substancial do nível de actividade produtiva e pode afectar significativamente o crescimento da economia e a estabilidade dos postos de trabalho”, disse o empresário.

 

Em conferência sobre os primeiros 15 dias da implementação do Estado de Emergência, a CTA enalteceu, porém, a recente implementação de medidas de âmbito fiscal e aduaneiro e as referentes ao perdão de multas e juros de mora do Instituto Nacional de Segurança Social, anunciadas pelo Conselho de Ministros.

 

Em representação da CTA, Cumaio disse que as referidas medidas são cruciais, pois, irão apoiar a tesouraria das empresas e contribuir para a manutenção das suas actividades, pelo que, “no quadro do Diálogo que temos vindo a desenvolver com o Governo continuaremos buscando as melhores soluções para a efectividade destas medidas”, acrescentou. (Evaristo Chilingue)

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