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segunda-feira, 20 abril 2020 05:21

HCB adia vender outras acções

A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) adiou, trimestre findo, disponibilizar em Oferta Pública de Venda (OPV) a última tranche dos 7.5% das acções que pretende vender aos moçambicanos, através da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM). Em causa está o facto de a empresa estar ainda a fechar os relatórios e contas de 2019, ano em que, através da BVM, disponibilizou a primeira tranche, de 4% do total das acções.

 

Em cerimónia de lançamento de divulgação dos resultados da primeira OPV, a 17 de Julho do ano passado, o Presidente do Conselho de Administração da HCB, Pedro Couto, disse a jornalistas que a empresa iria vender o remanescente 3.5% das acções no primeiro trimestre de 2020 corrente, logicamente após avaliação da operação ora em lançamento.

 

Entretanto, tal previsão não se materializou. Em entrevista exclusiva à “Carta”, o Administrador Financeiro da HCB, Manuel Gameiro, explicou que não foi possível oferecer a outra tranche, porque, durante o primeiro trimestre deste ano, a empresa ainda se encontrava a fechar os relatórios e contas do exercício económico findo a 31 de Dezembro de 2019.

 

“Primeiro, achamos melhor fechar as contas de 2019, trabalho que ainda continua. Geralmente, os relatórios e contas da HCB são publicados entre Abril e Maio. Em seguida, vamos avaliar o mercado. O processo está a correr. Tal como a primeira, quando esta operação for aprovada será largamente publicitada”, garantiu Gameiro.

 

Antes da aprovação da última OPV, a HCB comprometeu-se ainda a avaliar a primeira operação. Feito o exercício, o Administrador Financeiro da maior produtora de energia no país e na SADC afirmou que a avaliação é positiva, pois, todos os objectivos foram alcançados, nomeadamente, inclusão de diversos extractos da sociedade na compra das acções. Neste contexto, a fonte frisou que mais de 80% dos distritos se subscreveram e cerca de 15 mil pequenos investidores compraram acções da HCB.

 

Gameiro lembrou que a OPV visava ainda contribuir para a dinamização do mercado de capitais em Moçambique, que constitui um segmento fundamental do mercado financeiro, assumindo-se como uma importante fonte de financiamento, em complemento ao financiamento bancário, de que a própria HCB se poderá beneficiar a médio e longo prazos.

 

Lembre-se que, inicialmente, a HCB tinha colocado no mercado 2.5% das suas acções, correspondente a 680 milhões de acções, a um preço de 3 Meticais cada. Todavia, face à procura na OPV, a HCB decidiu aumentar o número de acções em oferta para 1099 milhões (correspondentes a 4% dos 7.5%), com as quais a empresa embolsou 3.2 mil milhões de Meticais.

 

HCB diz-se atenta aos efeitos da Covid-19

 

Em conversa telefónica com o Administrador Financeiro da HCB, numa altura em que o país está mergulhado numa crise provocada pela Covid-19, procuramos saber em que medida os efeitos da pandemia assolam a empresa. Gameiro disse: “por acaso a empresa ainda não começou a registar sinais”. Acrescentou, entretanto, que a empresa tem estado a tomar medidas cautelares, nomeadamente “ler o mercado e ir partilhando as informações com os fornecedores e clientes”. (Evaristo Chilingue)

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