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quinta-feira, 02 abril 2020 05:54

Suposto contrabando de fármacos na Zambézia leva três funcionários da saúde aos calabouços

Foram detidos, há dias, na Cidade de Quelimane, capital provincial da Zambézia, três funcionários da Direcção Provincial da Saúde local, acusados de roubo de 63 caixas de medicamentos diversos. A informação foi avançada na última terça-feira, pelo Director do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) a nível da Zambézia, Armindo Bechane.

 

De acordo com Bechane, a quantidade de fármacos que o grupo pretendia desviar equivale a 19 milhões de meticais. Fazem parte do grupo, o Chefe Provincial de Depósito de Medicamentos, Aboo Bacar; um técnico de Farmácia e um motorista, identificado pelo nome de Rodrigues.

 

Falando à imprensa, os acusados dizem ser inocentes. “Eu não sei porquê estou aqui. Fui chamado no dia 28 [de Março], num sábado, para fazer um trabalho. Fui fazer um carregamento para ir à Mocuba, Milange e Molumbo. Durante o percurso, fui interpelado pelo SERNIC, pediram-me as guias e depois disseram que não conferiam. Devolveram e levaram-me para aqui, por isso até agora não sei explicar porque estou aqui, uma vez que eu estava a fazer um trabalho normal”, explicou Rodrigues, o motorista do camião.

 

Já o técnico farmacêutico, cujo nome não conseguimos apurar, disse que o medicamento ia para os distritos de Milange, Mocuba e Molumbo e que tinha sido autorizado pelo seu Chefe.

 

Enquanto isso, o Chefe Provincial do Depósito de Medicamentos, Aboo Bacar, confirmou ter autorizado o transporte daqueles medicamentos, na qualidade de Chefe do Depósito, pelo que considera infundada a sua detenção.

 

“Não houve nenhuma autorização da Direcção provincial para a saída dos medicamentos. Em relação a carrinho que estava a transportar o medicamento, não tomamos conhecimento para a saída da carrinha, como viram tratava-se de um sábado. Para a saída de qualquer medicamento fora daquilo que é curso normal do aditamento do medicamento carece de uma autorização, mediante uma requisição feita pelo médico-chefe do distrito para o director provincial”, disse Jaime Culuve em reação as detenções dos três funcionários.

 

Culuve disse que os medicamentos estão avaliados em 2 milhões de meticais e não em 19 milhões como afiançou o SERNIC.   

 

Em reacção, Armindo Bechane disse que as guias são forjadas, na medida em que as quantidades arroladas nas mesmas não correspondem às quantidades que constam e as datas foram alteradas, por isso “o que os arguidos dizem não constitui a verdade”.

 

Refira-se que a província da Zambézia encontra-se sem Director Provincial da Saúde, desde a exoneração de Hidayat Kassim por motivos académicos. (O.O.)

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