Foram detidos, há dias, na Cidade de Quelimane, capital provincial da Zambézia, três funcionários da Direcção Provincial da Saúde local, acusados de roubo de 63 caixas de medicamentos diversos. A informação foi avançada na última terça-feira, pelo Director do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) a nível da Zambézia, Armindo Bechane.
De acordo com Bechane, a quantidade de fármacos que o grupo pretendia desviar equivale a 19 milhões de meticais. Fazem parte do grupo, o Chefe Provincial de Depósito de Medicamentos, Aboo Bacar; um técnico de Farmácia e um motorista, identificado pelo nome de Rodrigues.
Falando à imprensa, os acusados dizem ser inocentes. “Eu não sei porquê estou aqui. Fui chamado no dia 28 [de Março], num sábado, para fazer um trabalho. Fui fazer um carregamento para ir à Mocuba, Milange e Molumbo. Durante o percurso, fui interpelado pelo SERNIC, pediram-me as guias e depois disseram que não conferiam. Devolveram e levaram-me para aqui, por isso até agora não sei explicar porque estou aqui, uma vez que eu estava a fazer um trabalho normal”, explicou Rodrigues, o motorista do camião.
Já o técnico farmacêutico, cujo nome não conseguimos apurar, disse que o medicamento ia para os distritos de Milange, Mocuba e Molumbo e que tinha sido autorizado pelo seu Chefe.
Enquanto isso, o Chefe Provincial do Depósito de Medicamentos, Aboo Bacar, confirmou ter autorizado o transporte daqueles medicamentos, na qualidade de Chefe do Depósito, pelo que considera infundada a sua detenção.
“Não houve nenhuma autorização da Direcção provincial para a saída dos medicamentos. Em relação a carrinho que estava a transportar o medicamento, não tomamos conhecimento para a saída da carrinha, como viram tratava-se de um sábado. Para a saída de qualquer medicamento fora daquilo que é curso normal do aditamento do medicamento carece de uma autorização, mediante uma requisição feita pelo médico-chefe do distrito para o director provincial”, disse Jaime Culuve em reação as detenções dos três funcionários.
Culuve disse que os medicamentos estão avaliados em 2 milhões de meticais e não em 19 milhões como afiançou o SERNIC.
Em reacção, Armindo Bechane disse que as guias são forjadas, na medida em que as quantidades arroladas nas mesmas não correspondem às quantidades que constam e as datas foram alteradas, por isso “o que os arguidos dizem não constitui a verdade”.
Refira-se que a província da Zambézia encontra-se sem Director Provincial da Saúde, desde a exoneração de Hidayat Kassim por motivos académicos. (O.O.)