O Banco Mundial ainda se mostra longe de retomar o financiamento directo ao Orçamento do Estado moçambicano, após suspender em 2016, com outros parceiros de cooperação, devido ao escândalo das dívidas ocultas avaliadas em mais de 2 biliões de USD.
“Hoje não sou capaz de lhe responder sobre em que estágio o programa de financiamento directo ao orçamento está. É uma questão que acho que é melhor discutida pela nossa equipa administrativa e o Governo”, disse na última quinta-feira (30) em Maputo, Shireen Mahdi, economista sénior do Banco Mundial em Moçambique.
Respondendo a questões de jornalistas após apresentar o relatório do estudo semestral, designado “Actualidade Económica de Moçambique”, Mahdi frisou, no entanto, que o Banco Mundial continua, indirectamente, a apoiar vários projectos de desenvolvimento em curso no país.
“Enquanto, o financiamento directo ao Orçamento do Estado não se aprova, é preciso enfatizar que o Banco Mundial mantem a ajuda, no quadro da sua cooperação com Moçambique, em sectores como infra-estruturas, prestação de serviços, em políticas de reformas económica”, afirmou Mahdi.
Em verdade, no ano passado os empréstimos daquela instituição ao país atingiram níveis históricos nos últimos quatro anos. Dados do próprio Banco Mundial indicam que no ano fiscal de 2019, a instituição concedeu a Moçambique 700 milhões de USD (contra 930 milhões de USD facultados de 2016 a 2018), parte dos quais em subvenções para a reconstrução pós-ciclones Idai e Kenneth. (Evaristo Chilingue)