“O mercado de cimento, em Moçambique, não é sorridente”, lamentou, terça-feira finda (22), em Maputo, o Director Geral da Cimentos de Moçambique (CM), Edney Vieira, que também é presidente da Associação dos seis produtores de cimento no país.
Segundo Vieira, a capacidade de produção anual da indústria nacional de cimento é de cerca de 5 milhões de toneladas, mas nos últimos anos a quantidade reduziu para a metade. De 5 milhões de toneladas, 3 milhões é a capacidade de produção anual da CM, mas, para este ano, a maior produtora de cimento no país espera oferecer ao mercado cerca de 1.2 milhão de toneladas.
Para o gestor da CM, a falta de mercado do cimento, em Moçambique, arrasta-se há dois anos por efeitos da crise económica influenciada, principalmente, pelos efeitos das dívidas ocultas. Como consequência, a CM que é comparticipada por empresas públicas moçambicanas (Caminhos de Ferro de Moçambique e a Empresa Moçambicana de Seguros) e pelo Estado (através do Instituto de Gestão e Participação do Estado), não está a ter lucros.
“Não estamos a dar lucros anualmente aos nossos accionistas, dos quais, alguns são entidades do Governo”, queixou-se o Director da CM.
Falando no âmbito da celebração dos 95 anos da empresa, Vieira acrescentou que a situação agrava-se com a importação “dolarizada” de matéria-prima e o elevado custo de energia eléctrica, factores que, em última análise, pesam para a definição do preço de venda do cimento no país. (Evaristo Chilingue)