Dados do Instituto Nacional de Caju (INCAJU), partilhados semana finda, em Maputo, revelam que as receitas provenientes da exportação da castanha de caju baixaram em mais de 60 por cento, ao se arrecadar 70 milhões de USD na campanha 2018/2019 que na campanha anterior, em que foram arrecadados 114 milhões de USD. As receitas resultam da exportação, na última época, de 24.300 toneladas de castanha de caju contra as 128.648 toneladas exportadas na época 2017/2018.
Entretanto, de acordo com o INCAJU, a produção do caju registou um crescimento assinalável nos últimos cinco anos, passando de 80 mil Toneladas (Ton) na campanha agrícola 2014/15 para 140 mil Ton em 2018/19. De acordo a instituição, na campanha agrícola 2018/19 foram comercializadas 142 mil Toneladas (Ton), contra 129 mil Ton da campanha passada, tendo-se registado uma apreciação da qualidade da castalha, de 45 libras para 47 libras.
A castanha, segundo a fonte, foi transacionada ao Preço de Referência ao Produtor, de 43.64 Mts/kg (0.70 USD/kg), contra 64.26 Mts/kg (1.07 USD/kg) da campanha 2017/18, representando um decréscimo de 32 por cento. Das 142 Ton monitoradas, grande parte foi produzida na província de Nampula (70 mil Ton), e Cabo Delgado (25 mil Ton).
Este facto, de acordo com o INCAJU, coloca Moçambique no nono lugar no mundo, sexto em África com cerca de 140 mil Ton comercializadas nos últimos cinco anos. De acordo ainda com dados do INCAJU, o subsector envolve mais de 1,4 milhão de famílias rurais, é fonte de rendimento e tem potencial para gerar emprego e riqueza.
Em termos de utilização, dados divulgados pelo INCAJU demonstram que, da quantidade monitorada na última campanha, as 17 indústrias instaladas no país absorveram 45 por cento da castanha, 17 por cento exportado em bruto e 31 por cento em outras aplicações, incluindo o processamento artesanal ao longo dos nichos de Nacala (Nampula), Muxúnguè (Sofala), Macia (Gaza) e Cidade de Maputo, que processam e vendem amêndoa ao longo de todo o ano. (Evaristo Chilingue)