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quinta-feira, 19 setembro 2019 07:19

Empresas tendem a produzir menos em Moçambique

A produção nacional não está a progredir como era expectável. Pelo segundo trimestre consecutivo, o sector empresarial, em Moçambique, tende a produzir menos, facto que levou à desaceleração do crescimento da economia do país para 2,3 por cento, contra 2,5 por cento registados no primeiro trimestre deste ano.

 

Em “Contas Nacionais”, uma publicação trimestral que avalia o Produto Interno Bruto (PIB), o Instituto Nacional de Estatística (INE), conclui que para a recessão da economia nacional, no segundo trimestre, o sector primário contribuiu com um decréscimo na ordem de 0.6 por cento negativos.

 

Segundo o INE, no sector primário, tiveram menos desempenho os ramos da agricultura, pecuária, caça, silvicultura, exploração florestal e actividades relacionadas que produziram menos 0.05 por cento e indústria extractiva e mineira com menos 3.5 por cento. “Entretanto, o ramo da pesca registou um crescimento na ordem de 2.1 por cento”, observou a fonte.

 

Em página oficial, o Banco de Moçambique afirma que a desaceleração da actividade económica reflectiu o impacto negativo dos ciclones que assolaram o país no início do ano, no desempenho dos sectores da agricultura, da indústria extractiva e da electricidade e água.

 

Em verdade, dados da avaliação preliminar dos danos dos ciclones Idai e Kenneth, recolhidos pela Confederação das Associações Económicas (CTA), indicam que as intempéries afectaram mais de 692 unidades produtivas, das quais a agricultura (20 por cento) e indústria (25 por cento) foram os sectores mais afectados pelos ciclones.

 

Embora o sector primário tenha produzido menos, o INE demonstra que o sector terciário e secundário tiveram um bom desempenho, o que minimizou a tendência de desaceleração da actividade económica, medida pelo PIB.

 

Assim, o sector terciário “cresceu 3.5 por cento, com maior destaque para os ramos de transportes, armazenagem, actividades auxiliares dos transportes, informação e comunicações com um crescimento na ordem de 6.7 por cento, seguidos dos ramos de aluguer de imóveis e serviços prestados às empresas com 4.7 por cento.

 

“Ocupa a segunda posição o sector secundário com um crescimento de 2.1 por cento, induzido pelo ramo da indústria manufactureira com 3.7 por cento, coadjuvado pelo ramo de construção com um crescimento de cerca de 3.0 por cento. Por outra, os ramos de electricidade, gás e distribuição de água com menos 2.9 por cento”, lê-se em “Contas Nacionais” recentemente publicado pelo INE.

 

Refira-se que, por efeitos dos ciclones que fustigaram o país no princípio do ano, espera-se que o crescimento económico nacional caia para 2.5 por cento (de acordo com o Governo) e/ou 1.8 por cento conforme projecções do Fundo Monetário Internacional (FMI), contra 4.7 que eram perspectivados para 2019. (Evaristo Chilingue)

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