O Banco de Moçambique (BM) vai disponibilizar 10 milhões de euros, fundo proveniente do Banco Alemão de Desenvolvimento (KFW), para o financiamento às Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME) do sector da agricultura.
O fundo cujas taxas de juros estarão abaixo de 15 por cento, vai ser repassado ao empresariado do referido sector, através do banco Millennium Bim, Banco Comercial e de Investimentos, Société Générale e Microbanco Confiança que, para o efeito, assinaram ontem em Maputo, memorandos de entendimento com o BM.
Intervindo na ocasião, o Governador do BM, Rogério Zandamela, disse que os contratos assinados revestem-se de extrema importância para impulsionar o financiamento do sector agrícola, um sector que sustenta cerca de 80 por cento da população moçambicana e com peso médio de cerca de 25 por cento sobre o Produto Interno Bruto (PIB).
Não obstante o seu peso considerável no PIB, Zandamela lamentou que os níveis de financiamento à agricultura nos últimos cinco anos permaneceram relativamente baixos, em torno de 3 por cento a 4 por cento ao ano.
“Apesar dos riscos que o sector da agricultura apresenta, o potencial agrícola do país é enorme e por isso mesmo como Banco Central continuaremos a mobilizar os nossos parceiros de cooperação e outras entidades de relevo a fim de incrementarmos os níveis de financiamento à agricultura, para contribuirmos para elevar os níveis de rendimento e produtividade e reduzir a pobreza, sobretudo no meio rural, onde reside a maioria da população moçambicana”, garantiu o gestor máximo do BM.
Ciente dos desafios que os empresários do sector da agricultura enfrentam para ter acesso ao financiamento com taxas de juros acessíveis, o embaixador da Alemanha em Moçambique, Detlev Wolter, disse, na ocasião, esperar que o fundo contribua para a atracção de maiores investimentos no sector, facilitando deste modo o aumento da produtividade, a criação de emprego, bem como a redução sustentável da pobreza.
“Em nome da República Federal da Alemanha e da Cooperação Alemã em Moçambique, gostaria de desejar sucesso com este novo produto financeiro, na certeza de que o mesmo tornará Moçambique um país mais próspero e sustentável”, concluiu Wolter. (Evaristo Chilingue)