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sexta-feira, 30 agosto 2019 06:25

Migração Digital: TMT diz que apagão pode ser pensado a partir do final deste ano

O Presidente do Conselho de Administração (PCA) da empresa de Transporte, Multiplexação e Transmissão (TMT), responsável pela migração digital, em Moçambique, diz que o Governo poderá pensar em apagão total do sinal analógico a partir do final deste ano, pois, já há avanços significativos na materialização do projecto.

 

Falando do estágio actual do processo, Víctor Mbebe disse ser “de implementação, mas também de operação de uma parte da rede de migração digital”.

 

Em entrevista à “Carta”, à margem da III Conferência Nacional das Telecomunicações que decorre em Maputo, de 29 a 30 de Agosto corrente, Mbebe lembrou que o processo de digitalização, em Moçambique, consiste em quatro fases, nomeadamente a instalação da rede de transmissão (composta por 60 centros emissões), aquisição de 400 mil “Decoders”, a digitalização da Televisão de Moçambique (TVM) e a componente de construção de um novo edifício de 5.200 m2, para albergar os estudos da TVM e uma parte do equipamento da TMT.

 

Segundo Mbebe, na componente da rede de transmissão, dos 60 centros transmissores, 59 já estão instalados. O único centro emissor que ainda não está instalado é o da Cidade de Maputo. Dos 59 instalados, o PCA da TMT disse que 44 já estão em operação e, em algumas províncias como Gaza, Inhambane, Sofala, Manica e Cabo Delgado.

 

“Outras províncias, em que o estágio de migração está avançado são a província de Maputo, onde apenas falta o emissor da Ponta do Ouro e os outros já estão em operação, bem como a província de Tete em que apenas falta a instalação do emissor de Songo, pois os outros já estão operacionais”, acrescentou a fonte.

 

Nas províncias da Zambézia, Nampula e Niassa em que o processo está ligeiramente atrasado, Mbebe explicou que o facto deve-se à quantidade de emissores por serem instalados, em número de nove cada província. Para a nossa fonte, aquela quantidade de emissores foi necessária em Niassa, devido a extensão da província e, na Zambézia e Nampula, pelo facto de serem as províncias mais populosas.

 

Contudo, o PCA da TMT assegurou que até o final do corrente ano, toda a rede poderá estar a funcionar e, “nessa altura poderá o regulador, nesse caso, o Governo através do Ministério dos Transportes e Comunicações decretar o apagão, porque só se pode pensar na data, quando toda a rede estiver operacional. Mas nós pensamos que a partir de Dezembro pode ser possível iniciar o processo de apagão. Também, porque o apagão não pode ser em um dia para todos os centros emissores, terá que ser gradual”.

 

Quanto à digitalização da televisão pública (TVM), Mbebe disse que também o processo já começou que inclui os três estudos centrais, um de 400, outro de 200 e o último de 100 m2. “Esses estudos já estão em construção no novo edifício e, tem também a parte dos estudos províncias, que em sete capitais provinciais já estão praticamente concluídos em cerca de 90 por cento, faltando apenas poucos equipamentos para os estudos estarem totalmente operacionais”.

 

Onde há um atraso, reconheceu a fonte, é na província de Niassa em que a construção de estudos da TVM ainda não arrancou. Em relação a construção do edifício da TVM, o nosso interlocutor afirmou que o nível de execução ronda actualmente nos 60 a 65 por cento, pelo que “nós temos expectativas de que até Dezembro, maior parte do edifício poderá estar concluído”, sublinhou.

 

Relactivamente aos “Decoders”, o PCA da TMT avançou que dos 400 mil, 200 mil já estão no país e, os outros 180 mil estarão no país até Dezembro. “Os “Decoders” estão a ser comercializado a um preço único de 1200 Mts em todo o país e, o telespectador ao adquirir o “Decoders” da TMT beneficia de imediato dos 14 canais nacionais a título gratuito”, conclui Mbebe. (Evaristo Chilingue)

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