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segunda-feira, 26 agosto 2019 07:51

BAD prevê concluir preparação do Seguro contra catástrofes naturais no final deste ano

Em preparação, logo depois da ocorrência dos ciclones Idai e Kenneth (em Abril e Maio passados), o seguro contra ciclones e cheias para Moçambique estará pronto até ao final deste ano, conforme avançou, sexta-feira finda (23), à “Carta”, Pietro Toigo, representante do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), no país, instituição responsável pela preparação do seguro.

 

Envolvendo, igualmente, o Banco Mundial, instituições governamentais nacionais, como o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), a preparação técnica do seguro contra ciclones e cheias consiste em recolher dados estatísticos para, no final, estimar-se em um modelo, qual é a relação de um evento climático e seus efeitos no tecido económico e social da província, região (ou em todo o país) quando afectada por determinada calamidade.

 

Segundo Toigo, os dados estão a ser recolhidos com base num Software que, para ser fornecido, o Governo assinou, em Maio passado, um Memorando de Entendimento com o African Risc Capacity, uma agência pública (com que o BAD trabalha) da União Africana, que serve como seguradora para mais de 30 países africanos.

 

Para além da recolha de dados estatísticos (desde económicos, sociais até meteorológicos), o processo de preparação do seguro climático, consiste, igualmente, no treinamento de funcionários de várias instituições visadas, com destaque para o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) em matérias de aviso prévio.

 

“Achamos que todo esse trabalho se vá completar entre Novembro e Dezembro (...) E, no primeiro trimestre de 2020, teremos os pacotes financeiros. Uma vez tendo opções, o Governo vai depois analisar e decidir que tipo de produto quer comprar”, afirmou o representante do BAD em Moçambique.

 

Segundo Toigo, quanto mais países africanos aderem ao seguro climático, menor é o custo do prémio a pagar quando um evento acontece. “Então, acho que nos primeiros anos seria justo eticamente, mas também do ponto de vista económico, ter um forte subsídio a Moçambique para pagar os prémios. E, estamos a interagir com vários parceiros que manifestaram interesse em apoiar o país nesse esforço”, assegurou o nosso interlocutor.

 

Entretanto, durante a fase de negociação do pacote financeiro, o BAD espera do Governo garantia da sustentabilidade do seguro, “porque se nós dizemos que o país terá um subsídio muito forte (até 100 por cento dos custos) nos primeiros três ou cinco anos, qual é a estratégia do Governo depois desse período de assumir a responsabilidade de pagar o seguro a longo prazo?” interrogou Toigo, que espera ter resposta a esta questão (e não só) com um novo “Conselho de Ministros após as eleições”. (Evaristo Chilingue)

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