Tendo falhado a primeira tentativa, a estatal Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) prevê financiar-se até Setembro próximo para participar do projecto Golfinho/Atum, liderado pela petrolífera americana Anadarko, que vai explorar o gás natural do Bloco Área 1 na Bacia do Rovuma, localizada na província de Cabo Delgado, norte do país.
A garantia foi dada ontem, em Maputo, pelo Presidente do Conselho de Administração (PCA) da ENH, Omar Mithá, momentos após proferir uma aula aberta na Universidade Pedagógica de Maputo sobre perspectivas sócio-económicas do petróleo e gás.
Falando aos estudantes e docentes daquela instituição de ensino superior, dois dias depois do lançamento da primeira pedra para a construção da fábrica de Liquefacção de Gás Natural pelo projecto, em que a estatal participa em 15 por cento, Mithá disse que a ENH não vai atrasar a sua participação por ter conseguido empréstimo para o efeito.
O empréstimo provém de “várias entidades, as primeiras chamadas Bancos de Importação e Exportação, não vou aqui mencionar os nomes por causa da publicidade, mas provenientes da China, Japão, Coreia do Sul, da Europa e depois há uma fatia para os bancos comerciais, incluindo os locais em Moçambique”, explicou Mithá.
Em relação às taxas de juros do empréstimo, o PCA da ENH disse: “depende de cada tranche de financiamento e, neste momento, como ainda não está feito o fecho financeiro, é prematuro trazer esse detalhe”.
Quanto ao fecho financeiro, Mithá referiu: “prevemos que façamos no mês de Setembro”. Para garantir participação no projecto Golfinho/Atum, orçado em 23 biliões de USD, a ENH precisa de 2.3 biliões.
Falando a jornalistas, à margem do evento, Mithá disse, igualmente, que a ENH vai recorrer ao procedimento adoptado para se financiar na Área 1 (empréstimo com garantia do Estado) com vista a garantir sua participação no projecto do Bloco Área 4, cujo anúncio da Decisão Final de Investimento está previsto para finais deste ano.
“É o mesmo procedimento e estamos já nos acertos finais com muito mais garantias que na Área 1 (…) mas, ainda não posso divulgar o valor”, disse Mithá. (Evaristo Chilingue)