À margem do evento, organizado com a colaboração da GAPI e a Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), a presidente da ANJE, Juscelina Guirengane, como oradora principal, destacou (para além da banca comercial) as subvenções que, conforme explicou, são fundos geralmente do Governo ou de Agências de Desenvolvimento que têm períodos de pagamentos mais flexíveis, taxas de juros mais baixas ou, essencialmente, fundos perdidos.
“Temos também outras alternativas, o caso da Bolsa de Valores que, factualmente, ainda não é acessível para a maioria”, acrescentou Guirengane. Para a oradora, duas razões contribuem para que a Bolsa e demais alternativas de financiamento se tornem inacessíveis às PME.
O primeiro aspecto que Guirengane avançou é o acesso à informação agrupada, ou na Internet ou fisicamente, sobre as diferentes linhas de financiamento existentes em Moçambique. “Segundo, mesmo aquelas instituições com páginas próprias, as mesmas não têm informações claras e específicas sobre os critérios de acesso, modos de pagamento, as vantagens e desvantagens que sempre existem para qualquer financiamento”, explicou a fonte.
A falta de informação provoca o desconhecimento, o principal factor que o representante do BVM, João Rodrigues, apontou na ocasião como razão para os representantes das PME não se aproximarem àquela instituição.
“Se as empresas tivessem o conhecimento das vantagens do mercado de capitais e os benefícios da Bolsa de Valores já há bastante tempo estariam a aproximar-se a nós”, disse Rodrigues, tendo porém afirmado que, para se reverter o cenário, há bastante tempo a instituição que representa tem apostado na literacia financeira.
Entretanto, para o fracasso a financiamentos, Guirengane imputa também responsabilidade às PME, que, por um lado, não vão atrás da informação e, por outro, na hora de se cadastrar não completam os formulários, tendo a fonte associado isso à falta de um plano de negócios preparado para aceder aos financiamentos. (Evaristo Chilingue)