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quinta-feira, 11 julho 2019 06:16

Reconstrução pós-ciclones: Empreiteiros garantem estar posicionados para “atacar” obras

As empresas nacionais de construção civil garantem estar a instalar-se nas províncias afectadas pelos Ciclones Idai e Kenneth que, nos passados meses de Março e Abril, devastaram social e economicamente o país, de modo a atacar os projectos de reconstrução das infra-estruturas destruídas.

 

A informação foi avançada, esta terça-feira (09), pelo presidente da Federação Moçambicana dos Empreiteiros (FME), Manuel Pereira, em entrevista à “Carta”.

 

“As empresas nacionais estão, neste momento, a preparar-se para montar os seus escritórios, bem como estaleiros nas províncias assoladas pelos ciclones, para que possam cumprir com o que está projectado”, disse Pereira, garantindo haver colaboração e apoio no processo entre a Federação e o governo, através o Gabinete de Reconstrução.

 

Na conversa com o nosso jornal, Pereira explicou que o posicionamento das empreiteiras em zonas afectadas pelas calamidades visa, acima de tudo, garantir o cumprimento de prazos de obras que devem ser mais resistentes e resilientes a fenómenos naturais.

 

“O cumprimento dos prazos mostra-se muito importante para se socorrer o mais rápido possível os utentes afectados com a destruição das infra-estruturas”, afirmou o entrevistado.

 

Dados do Gabinete de Reconstrução Pós-ciclones, dirigido pelo engenheiro Francisco Pereira, indicam que existem em carteira cerca de 100 projectos para a reconstrução de infra-estruturas, concretamente as estradas, reabilitação costeira da cidade Beira, caminhos-de-ferro e equipamentos. O sector de infra-estruturas vai necessitar, segundo o Gabinete, de um financiamento de mais de 1000 milhões de USD.

 

Para além dos projectos em carteira, o Gabinete dedica-se, desde Junho e Julho corrente, à identificação, em vários sectores, de mais projectos para reerguer as zonas assoladas pelas calamidades a médio e longo prazos, entre cinco a sete anos.

 

Contudo, para a reconstrução das sete províncias afectadas (Sofala, Manica, Tete, Zambézia, Cabo Delgado, Nampula e Inhambane), o Governo enfrenta, neste momento, um impasse, referente à falta de desembolso de 1.2 bilião de USD (quase um terço das necessidades totais estimadas em 3.2 biliões de USD) que os parceiros se comprometeram a doar, durante a Conferência Internacional de Doadores, na cidade da Beira, entre os dias 31 de Maio e 01 de Junho passado.

 

Ao que tudo indica, o Governo só começará a receber grande parte dos referidos apoios em 2020 próximo. (Evaristo Chilingue)

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