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quinta-feira, 27 junho 2019 06:27

Receitas de exportações de produtos agrícolas em 2018 caem em 10 por cento

As receitas de exportação de produtos agrícolas fixaram-se em 301.8 milhões de USD, em 2018, um decréscimo de 10.1 por cento face ano anterior, em que foram encaixados 335.7 milhões de USD, referem dados da Balança de Pagamentos (BoP), recentemente, publicada pelo Banco de Moçambique (BM).

 

De acordo com o documento, o decréscimo da receita total do sector pode ser explicado pela queda das receitas de exportações de castanha de caju e algodão em 68.8 por cento e 68.1 por cento, respectivamente.

 

Do lado do algodão, a BoP explica que a contracção na exportação foi resultado de incêndios em duas empresas de fomento, que afectaram parte da produção e, consequentemente, as quantidades exportadas.

 

“Em sentido contrário, destaca-se a exportação de tabaco, justificada pelo aumento do preço médio internacional em cerca de dois por cento”, observa o relatório.

 

No geral, em 2018, o país gerou receitas de exportações totais de 5,195.6 milhões de USD, equivalentes a 37.7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), um crescimento de 10 por cento face aos 4,725.3 milhões de USD, registados no ano anterior.

 

Segundo o BM, no período em análise, a evolução das exportações foi, maioritariamente, influenciada pelo desempenho dos Grandes Projectos (GP), que foram responsáveis por um total de 75.3 por cento das receitas, num montante equivalente a 3,913.2 milhões de USD (28.4 por cento do PIB), aparecendo o carvão mineral (USD 1719.1 milhões) e o alumínio (USD 1234.2 milhões) na dianteira, como produtos de maior fonte de captação de receitas de exportação.

 

Contudo, “dados dos últimos oito anos indicam que, apesar de se registar um crescimento relativo das receitas das exportações tradicionais, em termos absolutos, o seu peso tem vindo a decrescer, sobretudo, a partir de 2015, com o peso a passar de cerca de 39 por cento, em 2013, por sinal o valor mais alto dos últimos oito anos, para 15.7 por cento, em 2018, situação resultante do forte dinamismo imposto pelos GP, traduzido num rápido aumento da receita de exportação deste grupo, sobretudo do carvão, quando comparado com as exportações dos sectores tradicionais”, lê-se na BoP.

 

Ainda no domínio das exportações, o documento salienta, porém, a evolução dos produtos da indústria extractiva (com destaque para o carvão mineral), que tiveram um peso de 46.6 por cento do total das exportações, contribuindo com USD 2,421.8 milhões, um crescimento de 3.2 por cento face ao ano de 2017, em que o sector contribuiu para a receita total em 2346.8 milhões de USD.

 

A BoP destaca também o crescimento das receitas dos produtos da indústria transformadora (com enfoque para o alumínio) que, no ano passado, se fixaram em 1,551.4 milhões de USD, um incremento de 26.5 por cento face aos 1,226.5 milhões de USD registados, em 2017.

 

De acordo com a fonte, das evoluções há ainda a destacar o crescimento de 66.1 por cento nas receitas de exportação do açúcar, para 88.2 milhões de USD, perante os 53 milhões de USD registados no ano anterior, como resultado do aumento da capacidade produtiva nacional, nomeadamente, por via da expansão de campos de cultivo de cana e investimentos nas unidades fabris.

 

“O destaque vai também para a evolução das receitas da exportação de energia eléctrica que, no ano passado, registaram uma melhoria de 6.8 por cento, tendo atingido o montante de 385.5 milhões de USD, justificada, fundamentalmente, pela aceleração do preço”, acrescenta a BoP.

 

Principais destinos das exportações

 

No que tange ao destino das exportações, no ano de 2018, a BoP destaca a Índia, com um peso no total das exportações de 27.6 por cento, seguido dos Países Baixos, da África do Sul, da China e da Itália, com 22.2 por cento, 17.2 por cento, 5.8 por cento e 1.4 por cento, respectivamente. (Evaristo Chilingue)

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