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sexta-feira, 23 novembro 2018 03:00

Moçambique com alto risco de sobre-endividamento

Desde Novembro de 2016 a 2018 que Moçambique passou a fazer parte de um grupo de seis países da região da África subsaariana com sérias dificuldades financeiras devido ao endividamento público, facto que tornaram as suas economias fracas e instáveis. A informação consta dum estudo recente do Fundo Monetário Internacional (FMI), apresentado nesta terça-feira em Maputo. Fazem ainda parte da lista o Zimbabué, Congo, Chade, Eritreia e Sudão do Sul. O estudo avança que as principais razões que levam estes países a estarem neste grupo é que os outros melhoraram consideravelmente a sua situação com o colapso do preço dos produtos e fraca qualidade das ofertas.

O estudo do FMI aponta que em vários casos, as depreciações cambiais deram origem a efeitos negativos na balança e contribuíram para a deterioração dos indicadores de solvabilidade e liquidez das dívidas. Falando na ocasião Ari Aisen, representante-residente do FMI em Moçambique, explicou que, no caso do nosso país onde a dívida pública se encontra em 113 por cento, o importante é que o governo continue a implementar as reformas em curso e introduza outras para melhorar a situação a curto e médio prazos. Já o economista-chefe do Standard Bank, Faúzio Mussa, defendeu que a situação da economia moçambicana é preocupante e instável, devendo-se por isso continuar a apertar o cinto. “Ela esta tão apertada que até rebenta o cinto”, desabafou Mussa. Ele explicou que, mesmo nesta situação, nos últimos tempos os sinais da economia nacional têm sido positivos. No entanto, existe alguma confiança no futuro do país devido a exploração dos recursos minerais que “deverão gerar 50 biliões de dólares a partir de 2023”.

Esta realidade vai trazer um cenário diferente, e “é importante que se preparem as pessoas e as instituições para que possam gerir de facto a questão do desenvolvimento e capacidade”. Neste contexto, Ari Aisen, explicou que as perspetivas de crescimento económico de Moçambique são boas. Antevê-se que em 2019, o país saia dos atuais 3,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) para 4 por cento. Caso a situação se mantenha estável, este crescimento poderá chegar aos 4,7 por cento, assim como a inflação cairá dos atuais 6,5 para 5,5 por cento em 2019. Mas, para tal, é necessário que o governo continue a esforçar-se para a manutenção da paz, a consolidação da política fiscal e pagar as suas despesas junto ao sector privado. (Omardine Omar)

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