A petroquímica norte-americana Anadarko retoma, esta quarta-feira (08 de maio), as suas actividades na península de Afungi, distrito de Palma, província de Cabo Delgado, dois meses depois da sua paralisação como resultado de ataques protagonizados por um grupo de insurgentes contra duas caravanas de empresas sub-contratadas para a construção da Vila de Reassentamento e do Aeródromo locais.
O anúncio foi feito, na tarde desta terça-feira (07 de maio), pelo Presidente e Director-Executivo da empresa, RA Walker, no final de um encontro com o Presidente da República, Filipe Nyusi, no qual discutiram o estágio do projecto de construção da fábrica de liquefação de gás natural. Walker explicou que a decisão decorre do facto de o governo moçambicano ter dado garantias de segurança às concessionárias das Áreas 1 e 4, na bacia do Rovuma.
No encontro, onde fez-se acompanhar pelo Vice-Presidente Executivo, Internacional, Águas Profundas e Exploração, Mitchell W. Ingram, o número 1 da Anadarko garantiu ainda que a petroquímica já tomou a sua decisão final de investimento e que os números serão anunciados em meados de Junho (em princípio será antes do dia 20), depois de um encontro que irá manter novamente com o estadista moçambicano.
A decisão final de investimento, defende Walker, irá permitir que o governo dê aval para que as concessionárias, individual ou colectivamente, avancem no projecto que, na primeira fase, comporta a construção de dois módulos de liquefação de gás natural.
Questionado sobre o cumprimento do calendário para a exploração do gás da bacia do Rovuma (o arranque está previsto para 2023), tendo em conta o atraso das obras de construção da vila reassentamento, RA Walker respondeu que esta informação também será dada em Junho, mas sublinhou que, em média, os projectos de LNG levam cinco anos de construção. (Abílio Maolela)