A taxa de juro de referência para as operações de crédito em Moçambique vai descer para 22% em junho, a quinta queda em seis meses, anunciou no passado sabado a Associação Moçambicana de Bancos (AMB).
Desde 2018 que esta taxa, conhecida como ‘prime rate’, estava em queda, até ao mínimo de 15,5% em fevereiro de 2021, quando a tendência se inverteu e a taxa começou a subir até atingir 23,50% em abril do ano passado, e depois 24,10% em julho, que se manteve em todos os meses seguintes.
Em janeiro de 2024 a taxa regressou aos valores de abril, após seis meses consecutivos em máximos de 24,10%, mantendo-se inalterada em fevereiro por decisão da AMB, em 23,50%, descendo em março para 23,10%, em abril para 22,70%, em maio para 22,30% e agora para 22%.
Os aumentos da 'prime rate' estão associados à subida da taxa de juro de política monetária (taxa MIMO, que influencia a fórmula de cálculo da 'prime rate') pelo banco central, por forma a controlar a inflação.
O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu em 27 de maio voltar a baixar a sua principal taxa de juro, designada por taxa MIMO, de 15,75% para 15%, justificando com a perspetiva da inflação a manter-se em um dígito no médio prazo.
A criação da 'prime rate' foi acordada em 2017 entre o banco central e a AMB para eliminar a proliferação de taxas de referência no custo do dinheiro.
Na altura, foi lançada com um valor de 27,75%.
O objetivo é que todas as operações de crédito sejam baseadas numa taxa única, "acrescida de uma margem (‘spread’), que será adicionada ou subtraída à 'prime rate' mediante a análise de risco" de cada contrato, explicaram os promotores.(Lusa)