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quarta-feira, 10 abril 2019 05:53

Crescimento económico na África Subsaariana permanece abaixo de 3 %, três anos após a crise

O crescimento económico na África Subsaariana caiu para 2,3 porcento em 2018, abaixo dos 2,5 porcento em 2017, de acordo com a edição de abril de 2019 da "Africa's Pulse", a análise semestral do Banco Mundial sobre o estado das economias africanas distribuído hoje. O crescimento económico mantém-se inferior ao crescimento populacional pelo quarto ano consecutivo, e embora se espere que o crescimento regional volte a subir para 2,8 porcento em 2019, tem permanecido abaixo de três porcento desde 2015. Esta edição da "Africa’s Pulse" analisa igualmente a fragilidade da África Subsariana e a forma como a economia digital pode ajudar a fazer avançar o continente.

 

 "A transformação digital pode aumentar o crescimento em quase dois pontos percentuais por ano e reduzir a pobreza em quase um ponto percentual por ano só na África Subsaariana. Esta é uma mudança crucial para África", disse Albert Zeufack, Economista-Chefe do Banco Mundial para a África. O crescimento global mais lento do que o esperado reflete a atual incerteza global, mas provém cada vez mais da instabilidade macroeconómica interna, incluindo a dívida mal gerida, a inflação e os défices; a incerteza política e regulamentar; e a fragilidade que estão a ter impactos negativos visíveis nalgumas economias africanas. Também prejudica um desempenho mais forte de várias economias mais pequenas que continuam a crescer de forma constante.

 

 Na Nigéria, o crescimento atingiu 1,9 porcento em 2018, contra os 0,8 porcento em 2017, refletindo uma modesta recuperação na economia não petrolífera. A África do Sul saiu da recessão no terceiro trimestre de 2018, mas o crescimento foi moderado, de apenas 0,8 porcento para todo o ano, uma vez que a incerteza política reteve os investimentos. Angola, a terceira maior economia da região, manteve-se em recessão, tendo o crescimento caído acentuadamente enquanto que a produção petrolífera permanecia fraca. 

 

O crescimento acelerou nalguns países que têm uma utilização intensiva dos recursos, como a República Democrática do Congo e o Níger, países em que o aumento da produção mineira e dos preços das mercadorias impulsionou a atividade, juntamente com uma recuperação da produção agrícola e do investimento público em infraestruturas. Noutros países, como a Libéria e a Zâmbia, o crescimento foi moderado, à medida que a inflação elevada e os elevados níveis de endividamento continuaram a pesar sobre a confiança dos investidores. Na Comunidade Económica e Monetária da África Central, prosseguiu uma frágil recuperação à medida que os esforços de reforma para reduzir os desequilíbrios orçamentais e externos abrandaram nalguns países. Economias sem grandes recursos, como o Quénia, Ruanda, Uganda e vários outros da União Económica e Monetária da África Ocidental, incluindo o Benim e a Costa do Marfim, registaram um sólido crescimento económico em 2018. 

 

A "Africa’s Pulse" também detetou que a fragilidade de alguns poucos países está a custar à África Subsaariana mais de meio ponto percentual de crescimento por ano. Isso representa 2,6 pontos percentuais ao longo de 5 anos. "Os motores da fragilidade evoluíram ao longo do tempo, assim como as soluções,” disse Cesar Calderon, Economista-chefe e principal autor do relatório. "Os países têm uma oportunidade real de passar da fragilidade para a oportunidade, cooperando além fronteiras para combater a instabilidade, a violência e as alterações climáticas". (Carta)

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