As exportações de carvão mineral, barras de alumínio e energia eléctrica caíram drasticamente no segundo trimestre de 2023, por causa da queda de preços das commodities no mercado internacional. Ainda assim, o valor de exportações totais registou ligeiro crescimento no período em análise.
Dados compilados pelo Banco de Moçambique referem que os preços das principais commodities mantêm-se em queda, a reflectir as perspectivas de refreamento do crescimento da economia mundial. Como consequência, as exportações internas verificaram uma redução devido à queda de preços do carvão térmico e do alumínio.
As exportações de carvão mineral, barras de alumínio e energia eléctrica caíram para 583, 310 e 131.7 milhões de USD em relação ao segundo trimestre de 2022 em que as exportações daqueles produtos atingiram 817, 550 e 145,4 milhões de USD, respectivamente.
Apesar da queda do preço no mercado internacional, o Banco Central revela em Relatório do Segundo Trimestre de Balança de Pagamentos, publicado há dias, que o total de exportações registou ligeiro crescimento, influenciado pela exportação de gás natural.
“Com a exportação de gás natural, o país conseguiu cerca de USD 336 milhões (USD 238,1 milhões mais face ao período homólogo de 2022), explicado, essencialmente, pelo incremento do volume exportado em 80,9%, a justificar o início da exploração e exportação do gás da área 4 da bacia do Rovuma”, explica o Relatório.
Além de gás natural, as exportações de areias pesadas renderam ao país 151,4 milhões de USD em receitas, contra os 93,6 milhões de USD registados em igual período de 2022, facto que se deveu, principalmente, ao crescimento do volume exportado em cerca de 48,1%. De acordo com o Relatório do Segundo Trimestre de Balança de Pagamentos, o aumento de receitas com as areias pesadas está relacionado com o incremento da capacidade instalada, contra a queda registada no preço médio no mercado internacional em 2,3%.
Por consequência da queda de exportações de grandes projectos, no cômputo geral, o Banco de Moçambique concluiu que as vendas de bens realizadas pela economia moçambicana para o resto do mundo renderam ao país 2 012,1 milhões de USD, menos 179 milhões de USD, quando comparado a igual período de 2022.
“Excluindo os Grandes Projectos, os ganhos com a venda de produtos da economia moçambicana para o exterior cresceram em 2,6%, tendo-se fixado em USD 499,8 milhões, com destaque para os rubis, safiras e esmeraldas. Refira-se que os produtos agrícolas arrecadaram para o País receitas no valor de USD 74,3 milhões, mais USD 18,8 milhões em relação ao período homólogo de 2022, salientando-se o algodão, o tabaco e a amêndoa de caju”, salienta o Relatório do Banco Central.
Em termos de destinos, a nossa fonte aponta a Índia que ocupou a primeira posição como principal destino das exportações, com um peso de 15,3% no total das exportações, correspondente a 308,2 milhões de USD, destacando-se o carvão mineral, soja, legumes secos ou em grão, entre outros.
A África do Sul somou 267,7 milhões de USD, o que lhe conferiu a segunda posição, com um peso de 13,3% sobre o total das exportações, apresentando-se como o principal consumidor de gás natural, energia eléctrica, carvão, perucas e banana.
Já a China, com uma participação de 10,3% do total das exportações, somou 206,8 milhões de USD, evidenciando-se a exportação de areias pesadas, combustíveis, gás natural, outras sementes e frutos oleaginosos e areias naturais.
Os Países Baixos, com um peso de 8,7% do total de exportações, renderam ao nosso país receitas de 176,1 milhões de USD, destacando-se o alumínio bruto, gás natural, carvão mineral, entre outros.
A Coreia do Sul, com uma porção de 5,9% do total de exportações, conferiu ao país receitas de 118,7 milhões de USD, tendo como principais produtos o carvão, crustáceos, entre outros e a Itália, com um peso de 5,3% do total das exportações, rendeu receitas na ordem de USD 105,9 milhões, salientando-se a exportação de alumínio e gás natural. (Evaristo Chilingue)