A polícia do Zimbabwe disse que deteve 40 membros do principal partido da oposição por bloquear o tráfego e interromper a ordem durante um evento de campanha na última terça-feira, uma semana antes das eleições gerais. Zimbabwe vai às urnas a 23 de Agosto para eleger o presidente e o parlamento no que os analistas consideram ser uma eleição tensa, marcada por uma repressão à oposição e temores de fraude eleitoral.
A Coligação de Cidadãos para Mudança (CCC), da oposição, estava em campanha num subúrbio do sudoeste da capital Harare na terça-feira, quando os seus apoiantes foram bloqueados pela polícia, de acordo com a porta-voz do partido, Fadzayi Mahere. A polícia confirmou que prendeu 40 activistas da CCC, alegando que o partido notificou as autoridades que faria uma manifestação, mas depois desviou do local planeado.
O grupo "partiu para uma marcha de carros" numa área próxima e parou num semáforo "bloqueando abertamente o tráfego", disse a polícia, acrescentando que os apoiantes da Coligação "começaram a entoar slogans do partido e a cantar".
Imagens partilhadas nas redes sociais mostraram dezenas de pessoas vestidas com as cores amarelas da CCC, algumas amontoadas na traseira de um pequeno camião, lotando um cruzamento. A oposição reclama há muito de ter sido injustamente visada pelas autoridades nas vésperas da eleição, com os seus membros presos e dezenas de eventos da Coligação bloqueados.
Um relatório da Human Rights Watch divulgado este mês refere que a próxima votação será realizada sob um "processo eleitoral seriamente falhado" que não atende aos padrões globais de liberdade e justiça. Acusou a polícia de "conduta partidária" e de usar "intimidação e violência contra a oposição".
O presidente Emmerson Mnangagwa, de 80 anos, que chefia a ZANU-FP, no poder desde a independência em 1980, busca a reeleição nas eleições presidenciais da próxima semana. O seu principal adversário é o líder da CCC, Nelson Chamisa, um advogado e pastor de 45 anos. Olhando para a idade dos dois principais candidatos às presidenciais, pode-se dizer que Chamisa está a concorrer contra o seu pai.
Enquanto isso, o Presidente da Zâmbia, Hakainde Hichilema, na qualidade de presidente do Órgão de Política, Defesa e Segurança da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), nomeou o ex-vice-presidente Nevers Mumba como chefe da Missão de Observação Eleitoral (SEOM) do bloco regional no Zimbabwe.
Hichilema anunciou na sua página do Facebook que a nomeação do Dr. Mumba demonstra a confiança do povo da Zâmbia, reflectindo a sua vasta experiência em vários cargos de chefia que ocupou no passado. (Africanews)