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quarta-feira, 27 março 2019 06:41

IDE na indústria extractiva deu um "grande salto"

Nos últimos 17 anos o Investimento Directo Estrangeiro (IDE) na indústria extractiva em Moçambique registou um substancial crescimento (em milhares de milhões de USD), 37 vezes mais do que o atingido em 2000. Em termos concretos, naquele ano (2000) o IDE no sector da indústria extractiva era de 1.2 mil milhões de USD, mas no período até 2017 subiu para 38.5 mil milhões de USD. A tendência de crescimento do IDE na indústria extractiva deve-se ao facto de a economia moçambicana, à semelhança da de outros países em vias de desenvolvimento, depender grandemente daquele sector. 

 

Estes dados estão contidos num estudo intitulado “Indústrias Extractivas: A Gestão de Recursos como um Impulsionador do Desenvolvimento Sustentável”, apresentado esta terça-feira (26) em Maputo pelo economista, investigador e autor Tony Addison, durante um seminário sobre o mesmo tema. 

Até à última década, o sub-sector da indústria de minérios era o que mais investimento recebia mas nos últimos anos, segundo Tony Addison, há tendência para um maior encaminhamento do IDE para o sub-sector de exploração do gás natural. De facto, os investimentos esperados naquele sub-sector foram dos principais factores que contribuíram para o Fundo Monetário Internacional (FMI) prever que o Produto Interno Bruto (PIB) neste 2019 registaria um crescimento de 4% a 4,7 %.  A maior dependência do crescimento económico de Moçambique com grande investimento naquele sub-sector não só é previsível para este 2019, mas também nos próximos anos.

 

Faca à expectativa, Tony Addison fala do risco em que a economia nacional incorre, considerando a volatilidade a que internacionalmente o preço do gás natural está sujeito. “Se o preço do gás natural baixar, a economia do país também sofrerá com isso”, garantiu Addison. Como forma de evitar um maior impacto em caso de oscilação do preço, aquele economista alerta as autoridades governamentais e o sector produtivo para a necessidade de se preocuparem mais em investir para explorar outros minérios que o país possui, alargando a base das exportações.

 

Para além desta recomendação, no estudo em causa Tony Addison apela para que as receitas provenientes da exploração do sector da Indústria Extractiva sejam convertidas em investimentos que beneficiem as populações mais pobres nos locais de extração dos minérios, bem como mulheres e agricultores. Addison também refere-se à necessidade de prevenir riscos climáticos, como é o caso dos ciclones, para evitar danos como os registados na cidade da Beira, província de Sofala. (Evaristo Chilingue)

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