Moçambique e os Emirados Árabes Unidos estão a negociar um Acordo de Parceria Económica Abrangente para criação de uma Área de Comércio Livre nos mercados de bens, serviços e investimentos, anunciou ontem a Embaixada daquele país árabe em Maputo.
Em comunicado, a Embaixada dos Emirados Árabes Unidos refere que os dois países estão a trabalhar na “remoção de barreiras comerciais e de investimento de uma ampla gama de bens e serviços com vista a promoção do comércio bilateral não petrolífero entre ambos”.
“Para o efeito, a Embaixada dos Emirados Árabes Unidos em Moçambique tem acrescentado vantagens as parcerias económicas através de negociações ainda em curso que poderão culminar nos próximos meses com a celebração do Acordo de Parceria Económica Abrangente [CEPA] que abrange várias áreas económicas que tem como visão o estabelecimento de uma Área de Comércio Livre que atraia oportunidades de acesso a mercados de bens, serviços e investimento entre as partes”, lê-se no comunicado.
Acrescenta que a integração económica entre os dois países “trará oportunidades de negócios particularmente para os importadores e exportadores de ambos os lados”, representando “benefícios mútuos tendo em conta da posição estratégica, geográfica e logística dos Emirados Árabes Unidos por um lado, e por outro os vastos recursos naturais e humanos com destaque a agricultura de que Moçambique dispõe”.
“Com a assinatura da declaração conjunta de intenções para o lançamento das negociações do CEPA, os Emirados Árabes Unidos compromete-se fortalecer a parceria económica de longo prazo com Moçambique”, justifica ainda o comunicado.
Trata-se de um entendimento baseado “em interesses mútuos” que “estabelecerá uma cooperação estratégica mais forte e promoverá a inovação para alem de estimular o crescimento económico e criar oportunidades de trabalho nos dois países”.
De acordo com dados da Embaixada, o volume de trocas comerciais entre os Emirados Árabes Unidos e Moçambique atingiu, entre 2010 e 2021, os 3.700 milhões de dólares (3.295 milhões de euros). Deste total, 1.500 milhões de dólares (1.335 milhões de euros) foi de investimento direto, “sendo que de modo geral o CEPA irá valorizar ainda mais o comércio e investimento entre a África e o Médio Oriente”.
“Há várias oportunidades para uma integração económica mais estreita entre os dois países especialmente nas áreas de agricultura, turismo, infraestrutura, tecnologia e energias renováveis, numa altura em que há cada vez maior número de empresários moçambicanos ansiosos em estabelecer seus negócios em Dubai, onde seguramente terão o apoio de serviços necessários de consultoria”, explica igualmente.
Os Emirados Árabes Unidos posicionaram-se em 2021 entre os 20 maiores recetores de investimento estrangeiro direto, com um aumento anual de 4%, fixado em 20,7 mil milhões de dólares (18,4 mil milhões de euros), sendo que Moçambique “está entre oito países com os quais Emirados Árabes Unidos pretende aprofundar e estreitar laços comerciais pelo seu mercado estratégico”.
O anúncio da intenção para um CEPA entre aquele país árabe e Moçambique “reflete o compromisso com vista a alcançar maior progresso económico através do comércio e do investimento”, salienta o comunicado. (Lusa)