Aproxima-se a realização de mais uma edição da Feira Agro-Pecuária, Comercial e Industrial de Moçambique (FACIM) e, à semelhança do que tem acontecido nos anos anteriores, o certame vai decorrer nas tendas porque as infra-estruturas próprias para acolher as exposições continuam longe de ser construídas. Em causa está a incapacidade do Governo de encontrar um parceiro qualificado para o efeito, explicou na última semana o Ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno. Como consequência, pretende lançar um novo concurso.
A construção de infra-estruturas permanentes em substituição de tendas é um projecto do Governo de há vários anos. Em princípios de Setembro de 2017, por exemplo, o então director-geral da Agência para a Promoção de Investimentos e Exportações (APIEX), Lourenço Sambo, disse ao jornal “Domingo” que a instituição estava prestes a lançar o concurso para a selecção do investidor.
“Estamos a elaborar os termos de referência para depois seguir a produção do caderno de encargos e posterior lançamento do concurso público. Estamos a seguir todos os passos com a necessária cautela porque o entendimento é de que, desta vez, nada pode falhar como aconteceu no passado”, afirmou. Entretanto, a realidade contrariou Sambo.
Três anos depois, em Março de 2020, Sambo recebeu a “Carta” para uma entrevista exclusiva sobre a FACIM e outras questões ligadas a investimentos, exportações e importações. Durante a conversa, a fonte voltou a dar promessas que não se materializaram.
Na altura, a fonte avançou que, para a construção das referidas infra-estruturas, a APIEX iria adoptar um modelo de parceria público-privado, no qual o sector privado vai construir, operar e por fim transferir as infra-estruturas para o Estado.
Aquando da entrevista, o então Director-geral deu a entender que o lançamento de concurso para materialização do plano estava prestes e que estava à espera “do visto do Ministro para partirmos para o lançamento de concurso”.
De 2020 a esta parte, o actual Ministro da Indústria e Comércio diz que houve um concurso internacional lançado para a contratação do investidor. Entretanto, sublinhou que não é suficientemente qualificado e, como consequência, o Executivo pretende para breve lançar novo concurso.
“Foi lançado um concurso público internacional. Nós queremos uma FACIM moderna, com padrões internacionais que concorra com qualquer outra feira do mundo. Tivemos a apresentação de propostas que depois nas fases seguintes não tiveram qualificação necessária. Estamos neste momento a trabalhar no sentido de identificar outros parceiros. Faremos em breve o lançamento de outro concurso e buscaremos entidades que estejam interessadas na construção de infra-estruturas e gestão da FACIM”, afirmou Moreno.
A FACIM recorre a tendas para acolher expositores e visitantes desde 1965. A construção das referidas infra-estruturas deverá acontecer em Ricatla, distrito de Marracuene, Maputo província, onde a FACIM ocorre anualmente desde 2011. Refira-se que a 58ª edição da FACIM, para a qual as empresas já estão a fazer as inscrições, irá decorrer de 28 de Agosto a 03 de Setembro de 2023 corrente. Este ano, a FACIM será repleta de novidades para expositores e visitantes, com destaque para o novo pavilhão da lusofonia (CPLP) e uma nova modalidade de promoção de produtos e serviços. (Evaristo Chilingue)