A produção de minerais registou um crescimento significativo no ano de 2021 de acordo com dados do Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME), publicados há dias pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). A melhoria das condições técnicas, bem como a retoma das indústrias após a pandemia da Covid-19 são apontadas como os principais factores para esse cenário.
Dos vários minerais, o destaque vai para o crescimento do grupo de metálicos, nomeadamente, o ouro, cuja produção aumentou 56.7%, tendo saído de 488 kg em 2020 para 764 kg em 2021. No grupo de metálicos destaca-se também o aumento da produção do rutilo que atingiu 49.6%, tendo em termos concretos passado de 5.9 mil toneladas em 2020 para 8.9 mil toneladas em 2021.
Ainda no grupo de minerais metálicos, destacou-se o crescimento da produção de areias pesadas em 75.6%. Em 2020, a produção total de areias pesadas, em todo o país, situou-se em 7 mil toneladas, mas em 2021 a quantidade subiu para 12.8 mil toneladas.
Já no grupo dos minerais não metálicos, o berilo cresceu 314.6%, tendo as quantidades aumentado de 80 toneladas em 2020 para 330 toneladas em 2021. Nesse grupo, o grafite também cresceu 324.7%, o que fez aumentar as quantidades produzidas de 18 mil toneladas em 2020 para 77 mil toneladas em 2021. Dos minerais não metálicos, o quartzo é que cresceu ainda mais ao atingir 628.1%. Aqui as quantidades produzidas em 2020 situaram-se em 163 mil kg para pouco mais de 1 milhão de kg.
Dos minerais não metálicos estão também as pedras preciosas e semi-preciosas, em que se encontram as turmalinas e rubis que cresceram 233.8% e 213.5%, tendo as quantidades aumentado de 110 kg para 2.6 mil kg e 1.5 mil carates para 5 mil carates, entre 2020 e 2021, respectivamente.
Já no grupo de minerais combustíveis, a produção do carvão coque cresceu 22.7% e o carvão térmico 58.6%, tendo as quantidades aumentado de 4.6 mil toneladas para 5.7 mil toneladas e de 3.3 mil toneladas para 5.3 mil toneladas, entre 2020 a 2021, respectivamente.
“O aumento de produção foi devido ao melhoramento das capacidades técnicas de produção, retoma das operações de empresas de mineração outrora impactadas negativamente pela pandemia da Covid-19 e maior controlo das actividades de mineração artesanal assim como acções de rastreio da Unidade de Gestão do Processo Kimberley”, lê-se no Relatório Estatístico da Indústria Extractiva 2020-2021, do INE.
No que toca às exportações, o mesmo relatório refere que o grupo de minerais não metálicos e minerais combustíveis registou maior volume de produtos exportados. Entretanto, revela ter-se verificado um decréscimo das vendas no mercado interno de 2020-2021, nomeadamente, do carvão térmico (53.6%), calcário (60%), pedra para construção (78.5%) e argila (96.1%); um aumento de 293.5% de diatomite e areia para construção em 9.5%.
Em relação aos hidrocarbonetos, a produção de gás natural registou um aumento de 1.2%, tendo a quantidade se situado em 188 milhões de Gigajoule em 2021 contra 185.8 milhões de Gigajoule de 2020 e uma queda de 5.3% na produção do gás condensado (os valores atingiram 281 mil barris em 2020 contra 266 mil barris em 2021); a exportação de gás natural reduziu em 0.4% e o gás condensado em 3,7%; a venda no mercado interno apresentou um crescimento em 1.4% entre o ano de 2020 e 2021. (Carta)