Tal como avisara em Março passado, antes do início das negociações para a determinação do novo salário mínimo, o sector privado ignorou o actual custo de vida e o novo salário mínimo da função pública como factores determinantes na fixação dos novos ordenados.
Nesta terça-feira, no fim da 14ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, a Ministra do Trabalho e Segurança Social confirmou que os trabalhadores do sector privado continuam sendo a face dos míseros ordenados na República de Moçambique.
Das negociações havidas em Março entre a Organização dos Trabalhadores de Moçambique (OTM-Central Sindical), Governo e Confederação das Associação Económicas de Moçambique (CTA), ficou acordado que o salário mínimo a vigorar no país, a partir de 01 de Abril corrente, seria de 4.791,68 Meticais, que representa quase a metade do salário mínimo da função pública, que é 8.758,00 Meticais, em vigor desde Julho de 2022.
Como habitual, Talapa disse que os moçambicanos estão perante os salários possíveis e não desejáveis, porém, não avançou em que ano o sector privado estará disponível a pagar os salários desejáveis.
De acordo com os números partilhados esta terça-feira, o sector privado aceitou aumentar entre 200,00 a 1.720,47 Meticais, uma diferença de 10 a 788,80 Meticais verificados no ano passado. Em 2022, recorde-se, os reajustes variaram entre 190,00 Meticais e 931,67 Meticais.
Refira-se que, para além do salário mínimo continuar abaixo das expectativas no sector privado, a discussão e/ou publicitação do salário máximo também continua um tabu. Saiba, por exemplo, que o salário máximo pago na função pública é de 131.758,00 Meticais. (Carta)