O Índice de Robustez Empresarial, publicado na semana finda pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), aponta a província de Inhambane como o principal destaque de crescimento dos negócios no país durante o quarto trimestre de 2022.
De acordo com o relatório, que é publicado a cada três meses, o Índice de Robustez Empresarial de Inhambane ascendeu a 28%, depois de, no terceiro trimestre, ter atingido 26,6%, tornando-se na província com o maior índice de crescimento.
O relatório aponta a recuperação do sector do turismo como sendo o principal impulsionador da robustez das empresas daquela província do sul do país. O documento argumenta que a taxa de ocupação dos hotéis esteve acima de 85%, tendo sido de 100% durante a quadra festiva, nos principais polos turísticos.
No entanto, sublinha, a província enfrentou dificuldades no processamento de óleo de coco e sabões. Revela que as fábricas se ressentiram da falta de matéria-prima, devido ao aumento, em cerca de 54%, do preço de aquisição de coco. Igualmente, houve agravamento dos custos operacionais, com destaque para o de transporte, devido ao reajuste do preço dos combustíveis, e de manutenção.
Atrás da província de Inhambane está a do Niassa, embora tenha registado uma descida de 1%, ao sair dos anteriores 28% para 27%. A CTA aponta os atrasos na facturação como tendo contribuído para esse cenário. Porém, refere que Niassa registou um aumento da produção agrícola com foco para o mercado doméstico (Nampula) e para exportação para os países vizinhos, com destaque para Malawi. Também testemunhou a dinamização da actividade industrial, com a inauguração de novos empreendimentos, nomeadamente a fábrica de processamento de óleo e de produção de ração.
Já a província da Zambézia é apontada como tendo regredido no Índice de Robustez Empresarial, tendo-se fixado em 25%. Os empresários referem que o mau desempenho se deveu ao sector agrícola, que registou uma estabilidade, sinalizada pela não alteração dos preços de venda de produtos.
Igualmente, o relatório defende que o problema de facturas atrasadas penalizou o sector empresarial, assim como comprometeu os seus planos de investimento; e que a incerteza sobre a reforma do quadro de remuneração na administração pública afectou o poder de compra das famílias.
Lembre-se que, de acordo com o relatório da CTA, o Índice de Robustez Empresarial (IRE) não evoluiu no quarto trimestre de 2022, tendo-se situado em 29%, desempenho observado no trimestre anterior.
A CTA aponta como factores que contribuíram para este desempenho os seguintes: a fase final da época da comercialização agrícola; o maior dinamismo do sector de turismo; relativa estabilidade de custos de produção (ex. preço de combustíveis); aumento de encargos com a banca; e a incerteza associada com a reforma na tabela salarial na administração pública. (Carta)