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sexta-feira, 03 junho 2022 07:32

Adiado arranque das obras da Central Térmica de Beluluane

A construção da Central Térmica de Beluluane, com capacidade para gerar 2000 Megawatts (MW) de energia por ano, já não arranca em meados deste ano, disse esta quinta-feira (02), à “Carta”, o coordenador do projecto, Marco Morgado, durante o primeiro dos dois dias da oitava conferência sobre minas, energia e petróleo e gás que decorre em Maputo.

 

Aliado à Central, também será adiado o arranque do projecto de Gás da Companhia de Beluluane (BGC, sigla em inglês), que prevê a importação anual de 200 milhões de Toneladas Métricas (TM) de Gás Natural Liquefeito (GNL), para o consumo e geração de energia eléctrica, para o país e a região.

 

“As obras não irão arrancar este ano. Tivemos um ligeiro atraso. Iniciam em meados do próximo ano [2023], mas isso não afecta a previsão de início de operações em 2026”, afirmou a fonte.

 

Segundo Morgado, que também é Director-geral de Operações na Gigawatt (empresa moçambicana que opera a central eléctrica de 100 MW a gás natural em Ressano Garcia, Província de Maputo), o atraso deve-se à demora na tomada da decisão final do investimento do projecto, que deve acontecer até ao fim do ano em curso, enquanto se termina a assinatura de contratos de fornecimento de GNL.

 

“O que contribuiu para a demora é o facto de estarmos a finalizar os contratos de fornecimento de gás natural. Estabelecemos contactos com alguns tomadores, houve algum atraso da decisão, mas estamos prontos para iniciar em 2026”, afirmou a fonte.

 

A previsão de que os projectos iriam arrancar em meados deste ano foram anunciadas a 28 de Novembro de 2019, durante a assinatura, entre a operadora de infra-estruturas de gás natural na região da África Austral, Gigajoule e a petrolífera francesa Total de um acordo de desenvolvimento conjunto para a importação anual de 200 milhões de TM de GNL para o consumo e geração de energia eléctrica (para o país e a região), a partir da Central Térmica de Beluluane, em projecção.

 

Informações divulgadas na ocasião davam conta que o Gás Natural Liquefeito será fornecido pela Total e provirá de diferentes pontos do mundo, devendo ser descarregado no Porto da Matola numa unidade flutuante de armazenamento e regaseificação. A partir daquele terminal, será construído um gasoduto até à nova central de geração de energia eléctrica de 2000 Megawatts, localizada no Parque Industrial de Beluluane, província de Maputo e, através da infra-estrutura da Matola Gas Company (sócia da Gigajoule), distribuir-se-á ao mercado da região da África Austral.

 

A rede de gasodutos, infra-estrutura do porto e a ligação à rede de gasodutos na região através da infra-estrutura existente de gás da MGC, irá custar cerca de 350 milhões de USD. Já o custo total da central eléctrica de 2000 Megawatts, que será construída em fases de acordo com o crescimento das necessidades do mercado energético, será de cerca de 2.8 biliões de USD. A primeira fase da central irá arrancar com 500 Megawatts.Além da Gigajoule, Total e MGC são também parceiros do projecto a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos e a Electricidade de Moçambique. (Evaristo Chilingue)

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