O Porto de Maputo, sob gestão da empresa Maputo Port Development Company (MPDC), pretende investir, nos próximos 21 anos, 1.1 bilião de USD nas suas operações portuárias. A informação foi revelada esta quarta-feira (10), em Maputo, pelo Director de Projectos da empresa, Paulo Mate, durante a "Conferência Porto de Maputo 2022”.
Falando durante a apresentação do “Novo Plano-Director Portuário, 2022 – 2043”, Mate explicou que, do total de investimento previsto nas próximas duas décadas, 701 milhões de USD serão investidos em operações da empresa até 2033 e os remanescentes 442 milhões de USD serão aplicados de 2033 a 2043. “Este investimento inclui todas as intervenções a serem feitas na área de concessão do porto, tanto pelo MPDC, quanto por suas subconcessionárias”, acrescentou a fonte.
O Director de Projectos da MPDC deu a entender que o investimento previsto deverá permitir a expansão do terminal de contentores para uma capacidade de até 0,5 milhão de TEU´s. Está também nos planos da MPDC até 2043 a realocação do terminal de óleos e vegetais; utilização da parte do terminal de viaturas para carga de projectos; simplificação da rede ferroviária, entre outros projectos.
“Baseando-se no cenário de crescimento elevado, os principais investimentos consistirão na expansão do terminal de contentores, com volumes acima de 1.4 milhão de TEU´s; novo cais 15-17 (1.2 km de extensão) para granéis sólidos; nova linha ferroviária de acesso ao cais 15-17 e provisão de área para o estabelecimento de barcaça de produção de energia para rede nacional”, detalhou Mate.
Já no terminal da Matola, a MPDC prevê (num cenário de mercado provável) investir para o desenvolvimento de Terminal de Importação de Gás Natural Liquefeito, com novo cais de 4.9 MTPA de capacidade; expansão da capacidade de TCM para 12 MTPA e cais adicional de combustíveis para 3.7 MTPA. No que toca ao manuseamento de carga, a MPDC prevê o crescimento dos actuais 22 milhões de toneladas por ano, para 54 milhões até 2043. O Director de Projectos da MPDC fez saber ainda que o Porto de Maputo alargou o seu perímetro de operações de 140 hectares, em 2003, para os actuais 278 hectares.
Ele justificou o estabelecimento do Novo Plano-Director da Empresa com a necessidade de alinhar as condições e projecções do mercado e recalibrar a visão e estratégia do Porto; reavaliar as projecções dos volumes de carga, a dinâmica do mercado de hinterland, zoneamento portuário, tecnologias portuárias e desenvolvimento portuário sustentável; avaliar a infra-estrutura e capacidade portuária existente, operações, corredores e rede de transporte de suporte, bem como alinhar os planos de expansão das conexões do hinterland, incluindo os demais terminais portuários fora da área de concessão.
Em notas conclusivas, Mate sublinhou que, em 18 anos de operações no Porto de Maputo, a MPDC demonstrou crescimento anual forte em termos de volumes na ordem de 10% e, consequentemente, o impacto social e económico, quer em iniciativas para promover a inclusão social e ganhos económicos ao Governo de Moçambique. (Evaristo Chilingue)