O Governo de Moçambique, através do Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME), representado pelo Gabinete de Implementação do Projecto Hidroeléctrico de Mpanda Nkuwa (GMNK), lançou a 13 de Dezembro último, em Maputo, o Concurso para a Selecção do Investidor Estratégico para o Desenvolvimento do Projecto Hidroeléctrico de Mpanda Nkuwa. Quase dois meses depois, o GMNK diz haver maior interesse de grandes empresas em investir no projecto.
Do dia do lançamento até 28 de Fevereiro passado (ontem) deveria terminar o processo de submissão de propostas por parte de empresas interessadas em investir naquele projecto estruturante. Volvidos 42 dias, o GMNK entendeu estender o prazo para 31 de Março corrente.
Questionado sobre os motivos da prorrogação do prazo, o Director-geral do GMNK, Carlos Yum, explicou que a instituição que dirige decidiu alargar o período para permitir a participação de todas as empresas interessadas, após cumprir todos os requisitos previstos no caderno de encargo. Além disso, Yum explicou que a crise pandêmica, concretamente provocada pela variante Ómicron, terá afectado o processo, tendo levado algumas empresas a demorar na submissão de propostas.
“Em suma, a prorrogação visa garantir a competitividade e atractividade das empresas. Ora, era infeliz deixar de fora, por exemplo, sete grandes empresas que ainda esperam pela aprovação das propostas”, explicou o Director-geral do GMNK.
Solicitado a fazer a avaliação do primeiro período da submissão de propostas, Yum disse que o processo corre positivamente. “Durante esses dias notou-se um maior interesse por parte de grandes empresas em investir no Projecto Hidroeléctrico de Mpanda Nkuwa. Não posso avançar números de empresas que concorrem, pois, o processo ainda está a correr. Mas garanto-lhe haver maior interesse”, disse Yum.
Apesar do alargamento do prazo, o Director-geral do GMNK assegurou que as fases subsequentes não serão afectadas. Isto é, findo o período de manifestação de interesse, espera-se que, a partir de Abril próximo, o GMNK comece o processo de selecção do investidor. Findo o processo de selecção, proceder-se-á à assinatura de um acordo de desenvolvimento de Mpanda Nkuwa entre o Investidor e as empresas Electricidade de Moçambique (EDM) e Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), que representam o sector público no Projecto.
Concebido em 2008 e relançado pelo Presidente Filipe Nyusi, em 2018, o Projecto Hidroeléctrica de Mpanda Nkuwa está, desde Maio passado, em processo de actualização de estudos de viabilidade e volvido quase um semestre, o Executivo pretende encontrar um investidor com capacidade de injectar entre 500 a 600 milhões de USD e, em conjunto com as empresas EDM e HCB, desenvolver o Projecto até o fecho financeiro.
O Projecto Hidroeléctrica de Mpanda Nkuwa vai ser instalado a quase 60 Km a jusante HCB, na província de Tete. O Mpanda Nkuwa deverá ser uma barragem com capacidade instalada prevista de 1300 a 1500 Megawatts. O fecho financeiro, avaliado em 3.5 a 4 biliões de USD, está previsto para 2024 e será seguido pelo início de construção da barragem que levará entre seis a sete anos. (Evaristo Chilingue)