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terça-feira, 22 fevereiro 2022 08:18

Moçambique já é auto-suficiente na produção de frango

O aumento do número de avicultores e da produção e disponibilidade do milho e da soja e a expansão dos aviários são alguns dos factores que contribuíram para o desempenho da produção avícola.

 

O país produziu em 2021 135 708 toneladas de carne de frango, representando um crescimento de 13% e garantia de fornecimento de 98% do consumo nacional. São dados considerados animadores no que toca à segurança alimentar, tendo em conta os esforços do país, em particular, no âmbito das atribuições do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural. Para o ministro Celso Correia, o ano findo fica igualmente marcado pelo crescimento do sector pecuário em 9%, sendo o dobro da média dos últimos dez anos, que foi de 4,4%.

 

Num evento que juntou ontem, 21 de Janeiro, vários actores do sub-sector da pecuária, o governante assinalou que a produção de carnes também atingiu um marco histórico, com 159 992 toneladas, representando um crescimento de 13%.Neste contexto, o sub-sector teve um desempenho significativo com o registo de maior produção de carne bovina, ao atingir 17 781 toneladas, com crescimento de 18% durante o ano passado.

 

No período em análise, registou-se também uma maior produção de ovos, com 24 729 832 dúzias de ovos, representando um crescimento de 18%, para além de uma maior produção vacinas no país, com 45 682 900 doses produzidas, o que representa um crescimento de 101%.

 

O combate ao contrabando de frangos e ovos, a redução de ocorrência de doenças com impacto negativo no sub-sector pecuário, com destaque para febre Aftosa, que depois de quatro anos de ocorrência de focos, em 2021 não se registou nenhum foco e a cobertura vacinal acima de 80% recomendados para se atingir imunidade da manada, são outros indicadores que figuram no mapa dos sucessos alcançados no ano passado, incluindo a melhoria do sistema de registo e marcação animal, licenciamento e fiscalização da actividade pecuária.

 

A produção de leite fresco foi de 3 235 774 litros contra os 2 771 000 litros registados no ano 2020, o que representou um crescimento de 17%.

 

As províncias de Manica e Sofala tiveram um desempenho de 75% da produção nacional. O crescimento da produção registada foi motivado pela organização de criadores de vacas leiteiras em associações e cooperativas, a inseminação artificial no gado leiteiro, a melhoria da assistência sanitária e o aumento das unidades de processamento.

 

O efectivo pecuário em Moçambique está avaliado em cerca de 70,9 biliões de Meticais, equivalentes a cerca de USD 1 bilião.No país, a produção pecuária engloba as carnes vermelhas (bovinos, pequenos ruminantes e suínos), avicultura (frangos de corte e ovos) e leite.

 

A criação de ruminantes é dominada pelo sector familiar (87% de gado bovino e 96% de pequenos ruminantes) em regime extensivo com recurso à pastagem natural, e o sector comercial (13% de gado bovino e 2% de pequenos ruminantes).

 

Ainda em 2021 foram reportados 56 focos de doenças transmitidas por carraças (DTC) contra o registo de 135 focos reportados em 2020, nomeadamente, babesiose com 18 focos, ricketsiose 1 e anaplasmose com 37.

 

O país registou igualmente um crescimento de 2% no efectivo do gado bovino, passando de 2 183 857 para 2 219 635 cabeças. O efectivo de pequenos ruminantes (caprinos e ovinos) é de 4 898 306 animais, dos suínos de 1 635 011 e de galinhas landim de 20 768 964.

 

Na avicultura, a produção anual de carne ao nível da região é de 2 487166 toneladas, sendo a África do Sul a maior produtora com 1 873 238 toneladas e Moçambique com 135 708.

 

Em relação à produção de gado bovino, a Tanzânia lidera com 27.427.658 cabeças e Moçambique ocupa a 8ª posição com 2.183.857. A SADC produz cerca de 3308 776 toneladas de carnes vermelhas, onde se destaca a República da África do Sul com 1517316 toneladas de carne e a Tanzânia com 573 869. (FI)

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