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2 de June, 2025

Dia Criança: Petizes celebram o seu dia fazendo o que mais gostam – “Brincar e passear”

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Moçambique juntou-se ontem às celebrações do Dia Internacional da Criança e, dentre várias actividades, a cidade de Maputo foi palco de muita diversão onde os petizes puderam brincar e saltar pela passagem da data. Todos os locais de diversão dedicados às crianças estavam superlotados e o trânsito quase parou em celebração ao Dia.

No Jardim da Liberdade (vulgo Madjermanes), por exempol, encontrámos Yunice Chilaúle a saltar à corda. Apesar de perder várias vezes, recusava parar o jogo, o que gerou confusão com as amigas, que reclamavam. Yunice ignorava, jurando que eram as amigas que estavam a batotar. Por conta da confusão, as amigas acabaram por abandonar o jogo.

No meio das brincadeiras, encontrámos um grupo de crianças a ensaiar o que gostariam de ser no futuro: médicos, polícias e juízes. E até houve quem sonhasse em ser um “Venâncio Mondlane” para “libertar” o país.

Para além da capital do país, a cidade da Matola também assinalou a data, com pompa e circunstância. Aliou-se o útil ao agradável e dezenas de crianças partilharam o mesmo espaço, convergindo para o Conselho Municipal da Matola e arredores. As ruas estavam superlotadas de crianças acompanhadas pelos pais e irmãos mais velhos. Foi uma oportunidade para as crianças se divertirem e, ao mesmo tempo, saírem do confinamento depois dos traumas causados pela violência durante as manifestações pós-eleitorais.

Às 13h00, Noémia Gune saiu da sua casa, no bairro de Nkobe, e decidiu dar um passeio com a sua filha de 8 anos, Nely, até ao Novare (na Matola) para vê-la andar de carrinho de choque. No entanto, a viagem, que normalmente levaria cerca de 30 minutos, demorou quase duas horas, devido ao engarrafamento, pois, não era a única com o programa de levar as crianças ao passeio.

“Fiquei quase duas horas de Tchumene até Malhapsene, e quando cheguei ao Novare aquilo estava impossível. Sinceramente, arrependi-me muito de ter saído de casa. Estava superlotado e a minha filha quase não teve espaço para brincar. Só tomamos um sorvete e voltamos para casa. Vou ter que convencer a minha filha a fazermos um novo passeio noutro dia”, contou.

“Muitas crianças choravam porque queriam andar de carrinho de choque, mas a sala de jogos teve de fechar as portas porque estava superlotada e parecia que não havia espaço para mais crianças. Disseram que reabririam assim que algumas pessoas saíssem”, explicou.

Enquanto isso, no Conselho Municipal da Cidade da Matola, onde quase todos os matolenses se concentraram, tornou-se pequeno para tanta criança e seus acompanhantes. As ruas e os “chapas” estavam lotados, num verdadeiro “xitsungo” para alegrar o dia das crianças.

O sentimento de alegria era visível no rosto de Merly Geraldo Mazive, de 7 anos, que se encontrava na companhia da mãe. Confessou que ficou muito feliz ao ir ao “Lizha Só Festa”, pois dançou, brincou e divertiu-se bastante com os bonecos. Disse ainda que sonha ser advogada para defender o país.

No recinto do Município da Matola viveram-se momentos de muita alegria, mas houve quem ficou de fora por não conseguir comprar o bilhete. “Eu queria tanto entrar e ver o espectáculo de perto, mas não consegui porque a minha mãe ainda não recebeu o salário para comprar o bilhete. Mas diverti-me, mesmo estando de fora”, disse Líria, uma pequena princesa de 9 anos, que estava acompanhada pelo seu irmão mais velho, Gerson Mondlane.

A ousadia dos pais que queriam agradar os filhos foi ainda mais longe. Alguns optaram por levar os filhos ao recinto do Ricatla, em Marracuene, para participarem no “Festival das Cores”, evento que foi alvo de algumas críticas.

“O Festival das Cores é muito interessante para as crianças, mas pedimos que nos próximos anos o evento melhore, permitindo que as pessoas possam entrar com comida para os filhos. Querem que dependemos apenas do que é vendido lá, mas as filas são enormes e há poucos vendedores. Entrei com as minhas filhas às 13h00 e só consegui comprar algo para elas comerem às 17h. Para duas crianças de 5 e 7 anos, isso é complicado”, destacou Arminda Laura Langa, mãe de Kataleya e Wendy.

“Senti-me bastante alegre por poder levar o meu filho, Lackson de Amaral, ao Festival das Cores. Vivemos no Intaka 2 e, nos últimos meses até fevereiro, vivemos momentos de incerteza. Desde o início das manifestações pós-eleitorais ainda não tinha levado as crianças a um passeio. Ver a alegria no rosto do meu filho não tem preço, apesar de a data ter calhado num domingo. Agora, o trânsito está impossível na zona da primeira rotunda para regressarem a casa”, disse Amâncio Eugénio.

Por esta razão, os entrevistados pela “Carta” lançaram um apelo para que Moçambique continue a viver este momento de paz que reina entre os moçambicanos.

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