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26 de Março, 2025

Ataques terroristas em Cabo Delgado: População de Licangano percorre diariamente sete quilómetros à busca de refúgio em Macomia-sede

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A onda de insegurança em Cabo Delgado, caracterizada por ataques perpetrados por grupos terroristas, está a preocupar os residentes da província, mesmo em distritos onde estão as forças de Ruanda, como Mocímboa da Praia e Macomia, com relatos de aumento de incursões.

Por conta disso, a população da aldeia de Licangano percorre sete quilómetros por dia, até chegar à sede do distrito de Macomia, à busca de um lugar seguro para passar a noite.

Segundo os moradores, tudo isso ocorre devido às frequentes movimentações de grupos terroristas, no período nocturno, numa zona relativamente próxima à aldeia, pese embora, ainda não tenha sido escalada pelos terroristas durante as suas incursões no distrito de Macomia.

As fontes contaram à “Carta” que, na quarta-feira passada, durante sua passagem pela vizinha aldeia de Onumoz, os terroristas capturaram várias pessoas que estavam a trabalhar nos seus campos de produção agrícola.

“Temos pessoas de Licangano aqui na sede distrital. Nos últimos dias, a população foge para cá para poder dormir, porque esse grupo de terroristas, que saiu de Nguida e passou por Iba, capturava pessoas nas machambas”, contou Luís Mariria.

O mesmo relato foi feito por outro residente que tem acolhido famílias de Licangano na sua casa. “O problema é que os terroristas capturaram mulheres nas machambas e isso gerou medo entre os residentes. Por isso, eles chegam à vila para dormir e, de manhã, regressam à sua aldeia.”

A movimentação de grupos terroristas na zona baixa de Licangano, incluindo a vizinha comunidade de Onumoz, ocorre numa altura em que a zona costeira tem sido marcada pela presença recorrente de insurgentes na aldeia de Pangane, em Quiterajo, e no posto administrativo de Chai.

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