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26 de Fevereiro, 2025

Cidadão alicia e viola sexualmente sete menores em Nampula

Um cidadão de pouco mais de sessenta anos de idade está a contas com a Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nampula, indiciado de violar sexualmente e em simultâneo sete menores com idades compreendidas entre os nove e 13 anos, no bairro de Muhala-expansão, arredores da cidade.

 

De acordo com as declarações das vítimas, para lograr os seus intentos, o suposto predador aliciava as menores para o interior da sua casa com bolachas e sumos, onde, posteriormente e no seu quarto, exibia filmes pornográficos e convidava estas a pôr em prática o que viam nos vídeos.

 

A situação vinha se arrastando há mais de um mês, com as vítimas submetidas num total silêncio, supostamente, porque eram ameaçadas de morte caso denunciassem os actos aos seus progenitores. Os abusos foram despoletados por uma das vítimas, que contou o sucedido a sua mãe, por já se sentir cansada das sucessivas violações.

 

“No primeiro dia estávamos a brincar nas imediações da casa do senhor e ele chamou-nos para o interior da casa. Depois de muita resistência da nossa parte, ele puxou-nos para dentro. Nessa data, éramos apenas três amigas. Fechou-nos no quarto e violou-nos. Outras tentaram fugir, mas não tiveram a coragem necessária de me deixar lá sozinha, daí que elas também foram violadas”, disse a menor de nove anos, aluna da terceira classe na escola primária Serra da Mesa.

 

Outra vítima de apenas oito anos de idade, aluna da quarta classe na escola primária Serra da Mesa, disse que o predador teria abusado dela mais de duas vezes. “O senhor costumava tirar-nos roupa e fazíamos sexo no quarto de forma forçada, apesar de negarmos. Dizia-nos para não falar a ninguém tudo o que ele fazia connosco. Comigo foram cerca de cinco vezes”, avançou a menor.

 

Outra vítima de oito anos de idade, aluna da quarta classe também na escola primária Serra da Mesa, disse que o violador a chamava de forma recorrente para praticar o acto, depois de ver filmes pornográficos.

 

“O senhor sempre nos puxava para a sua casa, deitava-nos na cama e dava-nos o telemóvel para escolhermos os filmes. Depois disso, praticava o acto. Fazia sempre isso e, às vezes, oferecia-nos bolachas e sumos. Também nos ameaçava com uma faca caso falássemos em casa”, sublinhou a vítima.

 

Telma Ali Cailane, enfermeira ginecologista e responsável do sector de violência baseada no género no centro de saúde de Muhala, disse que, após serem observadas, concluiu-se que houve penetração no canal vaginal das menores, o que propiciou a contracção de lesões nas vulvas. Outras menores estão com Hímen rompido. “Foi um dos casos relacionados com violação de menores mais assustadores que nós já recebemos”, lamentou a enfermeira.

 

Cailane deixa um alerta aos pais e encarregados de educação no sentido de serem vigilantes para evitar que mais casos do género venham a ocorrer. “Os pais e encarregados de educação devem zelar pelos seus filhos, pois, o mundo está virado para o avesso”, apelou a técnica de saúde.

 

Numa conversa com uma das mães das vítimas, esta exige que a justiça seja feita e que o predador seja responsabilizado pelo crime praticado. “Queremos que os órgãos de justiça prossigam com as investigações de forma isenta a fim de julgar o abusador com pena pesada. Como mães estamos chocadas.”

 

Por seu turno, Dércio Samuel, chefe do departamento de Relações Públicas no Comando provincial da PRM em Nampula, confirmou a ocorrência e disse que o suposto violador já se encontra detido nas celas da segunda esquadra da corporação, depois de este ter escapado de espancamento pela fúria popular. (Carta)

 

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