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A Associação dos Combatentes da Luta pela Democracia (ACOLDE), composta pelos antigos guerrilheiros da Renamo, reúne-se hoje, em Maputo, para mais um Encontro Nacional da agremiação, com o objectivo de discutir a situação actual do mais antigo partido da oposição no país.
O encontro, comunicado aos órgãos de comunicação social na tarde desta terça-feira, inicia às 10h00 e ocorre uma semana depois de a Unidade de Intervenção Rápida (UIR), a Polícia antimotim, ter escorraçado os antigos guerrilheiros da Renamo da sede nacional daquele partido, que se encontrava tomada pelo grupo há dias.
O grupo, que vem contestando a liderança de Ossufo Momade desde o início do ano, na sequência da derrota eleitoral que tirou a Renamo da segunda para terceira posição, com o encerramento de sedes distritais, provinciais e nacional da Renamo, chegou a ocupar, de forma momentânea, o Gabinete do Presidente da Renamo. Aliás, o gás lacrimogéneo da UIR foi accionado no dia em que este grupo ocupou aquele edifício.
“Pretendemos que o partido paralise as actividades porque, a caminharmos assim, vamos ao abismo. Com a liderança do presidente Ossufo Momade nós não chegaremos a nenhum lado. E esta é a razão pela qual nós, os ex-guerrilheiros da Renamo, queremos que ele se demita”, afirmou à Lusa Edgar Silva, porta-voz do grupo, minutos após tomar o Gabinete de trabalho do líder do partido, na passada quarta-feira, horas antes da intervenção da Polícia.
“Simplesmente achamos que o presidente é incapaz de dirigir os destinos deste partido. Sendo incapaz, ele que ceda, abra-se para os outros quadros poderem tomar o leme deste partido porque assim não vamos chegar a bom porto”, insistiu Edgar Silva, proveniente da província de Nampula, norte do país.
Até ao momento, a direcção da Renamo se tem furtado ao debate público sobre a situação, limitando-se apenas a apelar ao respeito pelos órgãos do partido. Ossufo Momade, que não é visto em público há mais de três meses, tem a sua liderança contestada desde Junho de 2019, altura em que surgiu a Junta Militar da Renamo, então liderada por Mariano Nhongo, assassinado pelo Governo, em Outubro de 2021.
