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28 de May, 2025

Caso Taverna em tribunal: a primeira grande batalha judicial de Zanil Arif Satar

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Em Novembro de 2021, o jovem empresário Zanil Arif Satar (dono da empresa Solução Total), na qualidade de Administrador da Empresa RZ Investimentos SA, fechou um negócio que virou uma grande dor de cabeça e ele procura agora ressarcir-se com recurso à justiça, visando recuperar cerca de 5 milhões de USD.

O negócio consistia na aquisição do Grupo Taverna, uma rede de restaurantes e pastelarias em expansão em Maputo, uma Sociedade Anónima detida por Nuno Pestana, mulher e filhas. 

Numa declaração à “Carta”, Nuno Pestana disse que decidiu vender o grupo depois da descoberta de uma situação grave de saúde na família. A mediação do negócio entre Zanil e Pestana foi feita por dois gestores seniores, nomeadamente George Mandava (Director de Retalho na altura) e Paula Boca (Gestora do Taverna no BCI). 

Nuno Pestana relata: “quando foi feita a venda, foi acordado um Memorando de Entendimento, através do qual eu receberia 80 milhões de Meticais e recebi 12 cheques datados de 3 milhões de Meticais, para descontar mensalmente, e 55 cheques de 1 milhão de Meticais para receber mensalmente, ou seja, 67 meses para receber a venda do grupo”.

“Carta” teve acesso ao relevante memorando, assinado por Zanil Satar, detalhando as condições. Zanil alega que cumpriu integralmente o acordado com Nuno Pestana, mas isso foi feito após uma “garantia” do BCI, segundo a qual o banco forneceria o capital necessário para ele manter o negócio do Taverna de pé. Para a cadeia de restauração e pastelaria da marca Taverna, o negócio envolvia o Supermercado da Interfranca (Zanil alega que Pestana forneceu-lhe um inventário falseado, para além de não lhe ter declarado dívidas fiscais e com fornecedores, tendo-se sentido burlado).

De acordo com Zanil Satar, o BCI e seus gestores não cumpriram o “acordado”: fornecer “cash flow” para o Taverna operar. Essa alegada recusa acabou colocando-o numa valente embrulhada. Ele diz ter gasto mais de 5 milhões de USD. Agora, Zanil meteu o BCI e referidos gestores em tribunal, num processo que corre trâmites no Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, naquilo que é a sua primeira grande batalha judicial. Processo distinto corre também contra Nuno Pestana (mas este caso nunca anda). Tanto o BCI como os dois gestores foram acusados provisoriamente pelo Ministério Público.

Então, a primeira grande batalha judicial de Zanil decide-se, hoje, 28 de Maio, através da derradeira audiência preliminar que tem por finalidade obter uma decisão de submissão ou não da causa ao julgamento, através da comprovação da decisão de deduzir acusação ou arquivar os autos de instrução. O advogado de Satar é o conhecido causídico Filipe Sitoe. Ele declinou prestar declarações sobre o assunto. 

Colocando os gestores do BCI na acusação, Zanil sugere que os mesmos agiram de má-fé, nomeadamente quando desencadearam a intermediação do negócio, entre ele e Nuno, levando-o a pagar as dívidas (incluindo com o BCI) e facturas do Taverna na praça, sob promessa de um financiamento futuro. Será que o caso tem perna para andar? Pode o BCI ter faltado ao cumprimento de uma promessa reduzida escrita?

Este caso ainda vai suscitar muita discussão, nomeadamente na vertente Zanil/Nuno Pestana. Os dois esgrimem acusações um contra o outro. Zanil espera ver o seu caso contra Pestana andando celeremente, o processo anda numa incrível lentidão, de acordo com a fonte.

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