Duas pessoas são dadas como desaparecidas na sequência do naufrágio de duas embarcações à vela de transporte de passageiros e carga, identificadas como Wema Auvunda e Andorinha, na passada quinta-feira (29), ao largo da costa do distrito de Metuge, na província de Cabo Delgado.
Um dos desaparecidos é funcionário de uma organização não-governamental subcontratada pelo Programa Mundial de Alimentação (PMA), no âmbito de apoio alimentar às famílias deslocadas devido aos ataques terroristas.
Fontes disseram à “Carta” que o incidente, causado pelo mau tempo e excesso de carga, ocorreu por volta das 08h00 quando as embarcações navegavam rumo ao distrito de Quissanga. “As embarcações saíram de Paquitequete, de madrugada, e infelizmente não chegaram ao destino. Algumas pessoas perderam a vida e outras salvaram-se”, disse o pescador Saide Assengo.
As embarcações foram alugadas para o transporte de produtos alimentares para apoio à população deslocada, só que também viajavam nelas algumas pessoas. Um agente do Regimento da Polícia Costeira, Lacustre e Fluvial, confirmou à “Carta” que o naufrágio se deu na zona de Namavi, no distrito de Metuge, a cerca de 17 milhas náuticas do ponto de partida.
A fonte explicou ainda que as más condições meteorológicas são apontadas como uma das causas do incidente, anotando que as duas embarcações transportavam aproximadamente 10 toneladas de produtos diversos pertencentes ao Programa Mundial de Alimentação.
Assegurou também que não foram ignoradas as medidas de segurança quando a embarcação partiu da praia de Paquitequete. “Apesar de, no momento da partida, as condições meteorológicas serem consideradas favoráveis, o mau tempo surpreendeu as embarcações em alto mar”.
Dados avançados à “Carta” indicam que cinco pessoas foram resgatadas com vida e acolhidas por membros da comunidade de Namavi. No entanto, dois passageiros da embarcação Wema Auvunda continuam desaparecidos.
Uma equipa multi-setorial composta por membros da Polícia Costeira, Lacustre e Fluvial, ITRANSMAR, Autoridade Marítima de Pemba e Ibo, com apoio das comunidades locais, prossegue com as operações de busca, mas a preval_ência do mau tempo constitui um grande desafio.