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Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

15 de May, 2025

Fonte ligada aos accionistas: Director-geral afastado da Tazetta envolveu-se em “práticas fraudulentas”

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O director-geral da Tazetta Resources, Evgeny Volosov, afastado do cargo por força de uma decisão do Tribunal Superior de Recurso (TSR) de Maputo, “defraudou” o Estado moçambicano e os accionistas e o novo gestor máximo, Vasily Trubnikov, foi colocado para “salvar a empresa”, disse à Carta fonte próxima dos accionistas.

“A questão de fundo não está na disputa judicial pelo controlo da direcção geral da empresa, a questão de fundo está na origem dessas acções judicias: actividades fraudulentas praticadas por Evgeny Volosov, ao longo de cinco anos de gestão”, disse a fonte, que não quis ser identificada.

Volosov, prosseguiu, cometeu práticas como subfacturação, falsificação da qualidade e do produto exportado e de preços, prejudicando o fisco e subtraindo dividendos destinados aos accionistas.

“Com essa conduta, o fisco perdeu dinheiro e os accionistas perderam o retorno a que tem direito, porque investiram na mina”, acusou.

Os compromissos da Tazetta com accões de responsabilidade social em prol das comunidades de Pebane, na província da Zambézia, onde a firma opera, também ficaram aquém das metas assumidas, porque foram desencaminhadas verbas que teriam sido utilizadas em projectos sociais, acrescentou.

“O antigo director-geral acumulava as funções de administrador de operações e de processamento, o que lhe dava poder para essas todas práticas de gestão fraudulenta deliberada”, enfatizou.

A fonte assinalou que o arresto de um navio com um carregamento de produtos da mina de areias pesadas de Pebane é um indício forte de que a anterior direcção falsificava o conteúdo das exportações.

Num comunicado assinado pelo PCA, Alexander Gorlov, a que Carta teve acesso, a Tazetta acusa o Tribunal Superior de Recurso (TSR) de Maputo de dar cobertura para que Vasily Trubnikov ocupe o cargo de director-geral da companhia, sem que este empresário russo tenha “poderes” nem “legitimidade”.

Na nota, a empresa mineira diz que a decisão do TSR de Maputo, que viabiliza a investidura de Trubnikov no posto de director-geral, é sustentada numa providência cautelar declarada caducada pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, em Maio de 2024.

“O Tribunal Superior de Recurso de Maputo veio considerar que a providência cautelar não caducou, em Março de 2025”, refere o aludido comunicado, em que a empresa manifesta repúdio com a ordem judicial desta instância de recurso.

Na sequência do acórdão, no dia 06 de Maio último, Vasily Trubnikov, acompanhado pelos seus mandatários e um oficial de justiça do Tribunal Judicial da Província da Zambézia, dirigiu-se à sede da Tazetta, em Quelimane, para uma “suposta execução de uma decisão judicial que investe o Sr. Vasily Trubnikov na qualidade de director-geral da empresa”.

A acção da tomada de posse era fundamentada na providência cautelar rejeitada pelo tribunal de primeira instância em Maputo, mas considerada procedente pelo TSR, frisa a Tazetta.

A diligência em Quelimane teve como base uma “carta precatória” expedida a partir de Maputo, prossegue o comunicado da empresa das areias pesadas.

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