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13 de Abril, 2025

“MC Trufafá” luta pela vida após ser baleado em Quelimane

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O músico Joel Amaral, conhecido como “MC Trufafá” – devido ao célebre “quem ganhou?”, que se popularizou durante as marchas de contestação da fraude eleitoral, em Quelimane, província da Zambézia, nas eleições autárquicas de 2023 – luta pela vida, no Hospital Central de Quelimane, após ser baleado por um grupo de desconhecidos na tarde deste domingo.

O acto macabro, que simboliza, mais uma vez, a tensão política que o país atravessa desde as eleições gerais de 09 de Outubro de 2024 e que ceifaram a vida de mais de 350 pessoas, ocorreu no bairro de Cualane II, na capital provincial da Zambézia, numa zona conhecida como “Benedito”.

Informações ainda não confirmadas indicam que Amaral, um dos apoiantes de Venâncio Mondlane, foi alvejado por três balas, sendo que duas atingiram os seus membros inferiores e outra a cabeça.

Em comunicado de imprensa divulgado na noite deste domingo, na sua página oficial do Facebook, o Hospital Central de Quelimane confirmou a entrada do cantor naquela unidade sanitária, garantindo que “uma equipe multidisciplinar se empenha em salvar sua vida”.

A unidade sanitária disse ainda que vai conceder uma conferência de imprensa na manhã desta segunda-feira para “fornecer detalhes mais precisos sobre a condição do músico Joel e as circunstâncias do ocorrido”.

“Ainda é importante ressaltar que informações não oficiais estão circulando e pedimos à população que não se deixe levar por notícias falsas. Aguardem as atualizações oficiais para obter informações precisas. Continuaremos acompanhando a situação e traremos mais novidades assim que disponíveis”, sublinha a unidade sanitária.

Em reacção ao acto, o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane disse não ter dúvidas de que Joel Amaral sofreu uma tentativa de assassinato, fruto da intolerância política. “Não restam dúvidas de que este acto covarde é um claro exemplo de intolerância política que permeia o nosso país”, defende.

Continuando, Mondlane questiona: “como podemos falar da chama da unidade nacional, enquanto Moçambique cheira a pólvora? É inaceitável que a violência e a perseguição se tornem parte da realidade de qualquer moçambicano, especialmente daqueles que se dedicam a promover a paz, igualdade e a justiça em nossa sociedade”.

Para Venâncio Mondlane, a perseguição aos seus membros e a qualquer cidadão que exerça seu direito à livre expressão “deve acabar”. “É hora de nos unirmos contra a violência e a opressão, e de exigir um Moçambique onde todos possam viver em segurança e dignidade. A luta pela justiça e pela paz é uma responsabilidade de todos nós, e não podemos permitir que o medo e a intolerância preval__eçam”, acrescenta.

O ex-candidato presidencial refere que o “MC Trufafá” foi atingido por duas balas, sendo uma na região da cabeça. “Exames realizados (incluindo TAC) confirmaram que a bala não penetrou o crânio, o que significa que, apesar da gravidade do ferimento, Joel não corre risco de vida e o seu estado é estável”, disse.

Refira-se que o “MC Trufafá” é mais uma vítima dos esquadrões da morte, que têm ceifado a vida de seguidores e colaboradores de Venâncio Mondlane, em todo país. Lembre-se que após as eleições gerais de 09 de Outubro último, os esquadrões da morte assassinaram os mandatários de Venâncio António Bila Mondlane e do PODEMOS (o partido que suportava a sua candidatura presidencial), Elvino Dias e Paulo Guambe, respectivamente. Igualmente, atentaram a vida de Dinis Tivane, um dos assessores de Venâncio Mondlane. (Carta)

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