O Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), a nova segunda maior força política do país, denunciou o assassinato, no sábado, (08), de dois membros da organização, no distrito da Massinga, província de Inhambane, exigindo “justiça célere e eficaz” na responsabilização dos autores do duplo homicídio.
“O partido Podemos vem a público manifestar o seu mais profundo repúdio e indignação pelo brutal assassinato de Daniel Ricardo Guambe e Rafito Sebastião Sitoe, ocorrido na noite de 8 de Março de 2025, por volta das 22h00, na Vila da Massinga, Inhambane”, refere-se num comunicado daquela formação política, a que “Carta” teve acesso.
Daniel Ricardo Guambe, de 28 anos, e Rafito Sebastião Sitoe, de 21 anos, foram assassinados a tiro, enquanto se encontravam numa viatura, avança a nota.
“O crime, de uma violência extrema e covarde, tirou a vida de dois jovens com um futuro promissor e, sobretudo, causou um dano irreparável às suas famílias”, lê-se no texto.
O Podemos diz que Daniel Ricardo Guambe foi número quatro na lista dos candidatos do partido, em Inhambane, a deputado da Assembleia da República (AR), nas eleições gerais de 09 de Outubro, não tendo conseguido entrar no parlamento.
Guambe “deixa uma esposa e duas crianças, sendo a mais nova de apenas quatro meses. Rafito Sebastião Sitoe deixa também uma esposa e um bebé de apenas três dias”, diz o comunicado.
O Podemos repudia veementemente este acto de violência, que, para o partido, demonstra a impunidade e a violência desmedida na sociedade moçambicana. A polícia moçambicana ainda não se pronunciou sobre o alegado duplo homicídio dos membros do Podemos.
Com 43 assentos, de um total de 250 da AR, conquistados nas eleições gerais, o Podemos tornou-se na segunda maior força política em Moçambique, destronando nessa posição a Renamo, que era o segundo maior partido desde a realização das primeiras eleições multipartidárias em Moçambique, em 1994.
O segundo candidato presidencial mais votado, Venâncio Mondlane, retirou-se do acordo de coligação que tinha assinado com o Podemos, nas vésperas das eleições gerais, acusando o partido de traição, ao permitir que os seus deputados tomassem posse na AR.
Mondlane defendia que os deputados do Podemos não ocupassem os assentos no parlamento, como forma de deslegitimar o órgão legislativo dominado pela Frelimo, partido no poder, por via de eleições que considera fraudulentas.