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27 de Março, 2025

Empresários preveem melhoria do ambiente de negócios com a aproximação entre Chapo e Mondlane

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Os agentes económicos do sector privado mostram-se animados com a aproximação entre o Presidente da República, Daniel Chapo, e o ex-candidato presidencial, Venâncio Mondlane, após o primeiro encontro havido na noite do último domingo, dia 23 de Março corrente, na cidade de Maputo. Os empresários entendem que a aproximação das partes poderá trazer paz e segurança e melhorar o ambiente de negócios em Moçambique.

O encontro entre as partes era bastante esperado, pois, é tido como crucial para estabilizar a sociedade, o clima político e económico do país, após quase um semestre de tensão pós-eleitoral caracterizada por manifestações violentas que destruíram total ou parcialmente bens públicos e privados, saquearam lojas e armazéns e jorraram sangue e luto em todo o país.

Nelson Mavimbe foi um dos agentes económicos interpelados, esta quarta-feira (26), pela “Carta”, à margem de um evento organizado pela Câmara de Comércio de Moçambique (CCM). Ele é Presidente da Associação dos Revendedores de Combustível de Moçambique (ARCOMOC).

“Nós recebemos essa notícia com muita satisfação porque era o que se esperava. Esperamos que o encontro traga resultados e possamos sair dessa tensão política em que nos encontramos para permitir que efectivamente o ambiente de negócios possa fluir com alguma eficácia. Que o mais breve possível sejam encontrados consensos para pôr fim a esta tensão” afirmou Mavimbe.

Caso haja consensos, o empresário acredita que tais irão impulsionar “o reinvestimento e novos investimentos, o que permitirá que as empresas que se viram numa situação de cancelar as suas operações se reergam com alguma segurança”. Mavimbe reportou pelo menos 30 postos de abastecimento vandalizados em todo o país, durante protestos pós-eleitorais, com prejuízos de 195,7 milhões de Meticais e 400 desempregados.

Antes de Mavimbe, o jornal ouviu Álvaro Massingue, Presidente da CCM, Director-geral da SOTUX, Lda. e Presidente do Conselho de Administração da Universidade Técnica de Moçambique. Massingue mostra-se esperançoso no alcance da paz e segurança para a actividade económica.

“Todos estávamos à espera que o Governo se abrisse para dialogar com os partidos e líderes políticos, bem como a sociedade civil. Achamos que é um bom sinal. Dá-nos esperança como empresários de que o país voltará à acalmia necessária para que possamos desenvolver as nossas actividades no ambiente de paz e segurança”, afirmou o empresário.

Na ocasião, Massingue anunciou que vai voltar a candidatar-se para Presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), a voz do empresariado privado no país, depois de ter sido derrotado por Agostinho Vuma nas eleições de 2020. As eleições internas na CTA estão previstas para o mês de Maio próximo.

“Move-nos a concorrer novamente porque queremos servir melhor. Pretendemos usar da nossa experiência no associativismo para resolvermos os problemas dos nossos associados”, afirmou Massingue. Nas eleições de 2020, Massingue (lista B) obteve 47 votos contra 68 votos obtidos pelo actual Presidente, num universo de 119 empresários que se inscreveram para o processo. (Evaristo Chilingue)

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