Moradores do bairro da Costa do Sol, em Maputo, manifestaram-se na manhã desta terça-feira (15), em frente à Casa Jovem, em protesto contra a construção de bombas de combustível no local.
Empunhando dísticos com frases como “Casa Jovem!! Eu também sou jovem, ‘cadê’ a minha casa”, os residentes foram capinando e ocupando um terreno baldio próximo à estrada circular, exactamente no local onde decorrem as obras de construção das bombas.
Segundo Afonso Sumbane, um dos moradores, as informações disponíveis indicam que o terreno para a construção das referidas bombas foi cedido pela Casa Jovem. No entanto, afirmam desconhecer a identidade do verdadeiro proprietário.
Os manifestantes alegam ser nativos daquela área e há anos que cultivam a terra para auto-sustento. Afirmam ainda que, apesar de o proprietário das bombas ter sido autorizado a ocupar uma área de 11 hectares, à medida que as obras avançam, tem vindo a invadir o espaço onde a comunidade pratica agricultura.
“Com a construção destas bombas, o proprietário não está a respeitar as valas de drenagem, o que poderá causar inundações durante a época chuvosa, uma vez que esta é uma zona propensa a cheias”, afirmou Fazilia Amade, outra residente da Costa do Sol.
“Não vamos deixar de cultivar aqui. Mesmo que ele continue com a construção das bombas, nós não vamos sair. Ele pode ameaçar-nos com armas, como tem feito, mas não vamos desistir, porque nós fomos os primeiros a chegar aqui”, reforçou Fazilia.
Os moradores referem que a disputa do espaço dura há 14 anos e, há quatro anos, submeteram um processo judicial para travar o avanço das obras. “Somos nativos desta zona. Só sairemos quando nos for atribuído o DUAT (Direito de Uso e Aproveitamento da Terra)”, asseguraram.
“Carta” tentou entrar em contacto com o alegado proprietário das bombas, o Sr. Charles, nome apontado pelos residentes, mas sem sucesso. Ele não atendeu às nossas chamadas.