Nove mil e trezentas (9.300) pessoas morrem a cada ano, em Moçambique, por doenças associadas ao consumo de tabaco, o que corresponde a 3,5% das mortes no país. Os dados foram partilhados pelo Ministério da Saúde (MISAU) nesta segunda-feira (18), durante a divulgação de um estudo sobre o Caso de Investimento do tabaco no país.
O documento apresentado pela representante do Ministério da Saúde, Alene Couto, indica que, dessas perdas, 73% são de indivíduos com idades inferiores a 70 anos, e 14% das mortes são de fumadores passivos. Isso resulta numa perda de 11,7 biliões de meticais (1,3% do PIB) para a economia directa e indirecta, devido aos custos do consumo de tabaco.
O consumo de tabaco no país leva o Estado a perder 900 milhões de meticais em despesas associadas à saúde a cada ano e 10,8 biliões de meticais em perdas económicas indirectas devido às mortes prematuras, doenças e “pausas para fumar” no local de trabalho.
Entretanto, se o sector da saúde implementar investimentos no controlo do tabaco ao longo dos próximos 15 anos, pode evitar 53.400 mortes anuais. O Estado poderia poupar também 4 biliões de meticais em despesas de saúde, evitar 41 biliões de meticais em perdas económicas e gerar benefícios económicos de 45 biliões de meticais.
Por exemplo, os dados do MISAU apontam que, em 2019, as mortes por doenças relacionadas ao consumo de tabaco foram de 9.391, distribuídas da seguinte forma: tuberculose 2.199, acidente vascular cerebral (AVC) 1.774, doença isquémica do coração 1.330, doença pulmonar obstrutiva crónica 824, diabetes tipo 2, 511 mortes, câncer de traqueia e brônquios pulmonares 321, câncer de esôfago 244 e, por fim, o câncer cervical 118 mortes.