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24 de Janeiro, 2025

Ano lectivo 2024: Exames especiais controlados pelo SISE, UIR, chefes de quarteirão e membros da comunidade

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Realizam-se hoje, sexta-feira, os últimos exames especiais da 10ª e 12ª classes, referentes ao ano lectivo de 2024. No entanto, desde o primeiro dia (20 de Janeiro), o processo tem sido marcado por diversas irregularidades.

 

No primeiro dia, professores relataram que na Escola Secundária de Muhalaze, província de Maputo, os exames foram controlados por guardas e agentes da Polícia que, trajados com batas estranhas, diferentes das usadas naquela instituição, entraram nas salas de aula como vigilantes. Fora das salas de aula, foi notável a presença de mais agentes da Polícia da República de Moçambique, devidamente uniformizados e equipados.

 

A Associação Nacional dos Professores (ANAPRO) denunciou que, em algumas escolas, também do bairro de Muhalaze, os alunos estavam a realizar os exames sem nenhum controlo. Isso fez com que boa parte conseguisse enviar os exames para os seus colegas, que estavam do lado de fora, para resolvê-los.

 

Já na Escola Secundária Unidade 2, os exames foram realizados na presença dos agentes da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE) e de outros ramos da Polícia.

 

Nesta quarta-feira, várias denúncias foram feitas dando conta de que foram vistos alunos do curso nocturno, chefes de quarteirão e membros do partido FRELIMO controlando os exames na Escola Secundária de Khongolote. Algumas imagens mostram o momento exacto em que esse grupo foi fotografado saindo das salas de aula com as folhas de exercícios.

 

“É ridícula a atitude tomada pela escola. Não se justifica que levem membros da comunidade, chefes de quarteirões, membros da Organização da Juventude Moçambicana e até os nossos alunos para controlar o processo. Isso significa que eles não têm nenhuma consideração por nós”, relatou um dos professores da escola.

 

A Associação Nacional dos Professores mantém-se firme no boicote aos exames especiais, que terminam nesta sexta-feira, em todo o país. Os professores estão insatisfeitos pelo não pagamento do 13º salário e das horas extras desde 2022, o que pode comprometer o início do ano lectivo de 2025. (M.A.)

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