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BCI
terça-feira, 05 fevereiro 2019 05:45

Mais de 20 mil novos casos de cancro são diagnosticados por ano em Moçambique

Em Moçambique são diagnosticados anualmente mais de 20 mil novos casos de cancro, diz a Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo a OMS, os cancros do colo do útero, da mama e sarcoma de kaposi são os que mais afectam as mulheres. Este último e o cancro de fígado são mais comuns nos homens. Uma alternativa viável para pessoas padecendo de cancro consistiria nos cuidados paliativos, mas de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde a escassez dos medicamentos para os sintomas e alívio da dor causada por aquela enfermidade impedem a expansão e implementação dos cuidados paliativos em Moçambique. É por esse motivo que pessoas com melhores condições em termos financeiros optam por deslocar-se ao estrangeiro, onde lhes são garantidos cuidados que o tratamento do cancro exige.

 

Ana Lurdes sofre de cancro desde 2015, e um ano mais tarde foi-lhe amputado um dos seios por ter-se descoberto tardiamente que ela padecia daquela doença. Quando Lurdes iniciou as consultas na Oncologia do Hospital Central de Maputo (HCM), o horário era das 07h00 às 12h00. Actualmente, devido ao aumento do número de pacientes sofrendo do cancro foi estabelecida uma hora específica de atendimento. Diariamente, cada um dos cinco médicos da Oncologia do HCM atende 15 a 17 pacientes. 

 

Por ocasião do Dia Mundial do Cancro que se comemorou esta segunda-feira (04), a jovem activista Énia Lipanga organizou uma oficina de turbantes na Oncologia do HCM, como forma de devolver a auto-estima aos doentes de cancro. A iniciativa deveu-se ao facto de um dos efeitos secundários da quimioterapia- processo que faz parte do tratamento daquela doença- ser a queda do cabelo, o que geralmente retira a auto-estima dos pacientes, mulheres em particular. Outra finalidade da oficina de turbantes era de ensinar as diversas formas de amarrar uma capulana na cabeça em substituição de um lenço próprio, para que as pacientes de cancro se sintam mais bonitas mesmo estando a passar por uma fase difícil das suas vidas. 

 

As capulanas usadas como turbantes dos pacientes são provenientes de doações de pessoas de boa vontade. Énia Lipanga diz que de certa forma sente algo indescritível como pessoa ao desenvolver este tipo de actividades. “Para mim, o activismo é exactamente isso: levar a esperança para aqueles que a perderam, oferecer palavras de conforto às pessoas que tanto precisam”, afirmou aquela activista. Alguns hospitais da cidade de Maputo têm levado a cabo campanhas de rastreio para diagnóstico precoce do cancro, como forma de evitar que mais pessoas sejam afectadas pela doença. Factores como envelhecimento, tabaco, luz solar, álcool, entre outros, podem representar um risco para o surgimento do cancro. Muitos desses factores são evitáveis, mas existem outros, como o histórico familiar, de que não se pode fugir.  (M.A)

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