Uma em cada três crianças, de um global de 739 milhões em todo o mundo, vive em zonas com uma escassez de água muito elevada, numa altura em que as alterações do clima tendem a agravar-se.
De acordo com um novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a diminuição da disponibilidade de água e de serviços inadequados daquele precioso líquido, incluindo o saneamento, estão a agravar o desafio, o que coloca as crianças em risco ainda maior.
O relatório alerta para a ameaça que paira sobre as crianças em resultado da vulnerabilidade da água e fornece uma análise dos impactos dos três níveis de segurança a nível mundial. O documento descreve ainda o peso dos impactos climáticos por que as crianças estão a passar, que incluem doenças, poluição atmosférica e fenómenos meteorológicos extremos, como inundações e secas.
“Desde o momento da concepção até à idade adulta, a saúde e o desenvolvimento do cérebro, dos pulmões, do sistema imunitário e de outras funções, as crianças são afectadas pelo ambiente em que crescem. Por exemplo, as crianças são mais vulneráveis à poluição atmosférica do que os adultos. Geralmente, respiram mais depressa do que os adultos e os seus cérebros, pulmões e outros órgãos ainda se estão a desenvolver”, lê-se no documento.
O estudo mostra que as crianças mais afectadas são do Médio-Oriente, do Norte de África e do Sul da Ásia, o que significa que vivem em locais com recursos hídricos limitados e níveis elevados de variabilidade sazonal e interanual, declínio dos lençóis freáticos e risco de seca. Moçambique encontra-se na posição 19, entre todos os países. (Carta)