A população mundial atinge hoje a marca de 8 biliões de habitantes na Terra, conforme projectado pela ONU. Significa que oito biliões de pessoas vão abrigar o planeta a partir de hoje 15 de Novembro de 2022.
O anúncio foi feito pela Organização das Nações Unidas no passado mês de Julho, no quadro das comemorações do Dia Mundial da População. "Esta celebração acontece durante um ano histórico, quando antecipamos o nascimento do oitavo bilionésimo habitante da Terra. Esta é uma ocasião para celebrar a nossa diversidade, reconhecer a humanidade comum e maravilhar-se com os avanços na saúde que ampliaram a expectativa de vida e reduziram as taxas de mortalidade materna e infantil”, disse na ocasião o Secretário-Geral da ONU, António Guterres.
No entanto, apesar desta data não ser totalmente precisa, as projecções actuais e uma certa margem de erro indicam que nos aproximávamos rapidamente dessa marca e poderíamos alcançá-la a qualquer momento.
A população mundial está aumentando: dobrou em meio século
As últimas projecções da ONU, baseadas nessa taxa de crescimento, estimam que a população mundial poderá crescer para 8,5 biliões em 2030, 9,7 biliões em 2050 e 10,4 biliões em 2100. Ao mesmo tempo, haverá um grande aumento populacional nos países em desenvolvimento. Segundo a ONU, mais da metade do aumento populacional projectado até 2050 estará concentrado em apenas oito países, dos quais cinco africanos, nomeadamente, República Democrática do Congo, Egipto, Etiópia, Índia, Nigéria, Paquistão, Filipinas e República Unida da Tanzânia.
Como parte desse salto gigantesco, já no próximo ano, a Índia (1,41 mil milhões em 2022) deverá ultrapassar a China (1,42 mil milhões) como país mais populoso. A população da China começará a diminuir e prevê-se que reduza para 1,3 mil milhões em 2050. A da Índia deverá chegar a 1,66 mil milhões em 2050.
No entanto, outras projecções prevêem um futuro subtilmente diferente. A população mundial cresceria nas próximas décadas, atingindo o seu ponto máximo em 2064 com cerca de 9,7 biliões de pessoas, mas apresentaria um decréscimo de 8,8 biliões em 2100. Se isso se tornar realidade, seria a primeira vez que a população mundial diminuiria desde que se tem registos em meados do século XIV, durante a Peste Negra.
Em ambos os cenários, haveria um enorme crescimento populacional na África Subsaariana, além de um crescimento muito mais lento em todo o mundo árabe.
O marco de 8 mil milhões foi calculado pelo Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) e denota um crescimento exponencial desde a década de 1950, altura em que éramos 2,5 mil milhões de habitantes.
No caso de Moçambique, a população actual é de 33 347 669 habitantes, de acordo com as projecções demográficas consultadas pela "Carta".
De acordo com as mesmas projecções que vão até 2050, e baseadas no censo de 2017, a população deverá ficar perto de 60 milhões dentro de trinta anos, prevalecendo o actual perfil jovem, com quase metade abaixo dos 19 anos. A esperança de vida foi ajustada para 54,9 anos, chegando a 66,32 em 2050.
De acordo com o censo de 2017, Moçambique tinha então 27,9 milhões de habitantes. Os cálculos do INE baseiam-se num crescimento populacional exponencial de 2,6 e que abrandará gradualmente até se situar em 1,75 daqui a 30 anos.
A população mundial refere-se ao número total de pessoas que vivem no planeta ao mesmo tempo. É determinado pelos nascimentos, mortes e expectativa de vida dos indivíduos.
Alerta dos ambientalistas
Ambientalistas alertam para a necessidade de moderar o consumo de recursos e reduzir as emissões de gases com efeito de estufa para combater as alterações climáticas.
O planeta atingiu esta terça-feira os 8 mil milhões de habitantes, um marco histórico que os ambientalistas querem aproveitar para lembrar a necessidade de reduzir o consumo de recursos e combater as alterações climáticas.
"Os países mais ricos e pouco populosos são os maiores responsáveis pelas emissões de gases com efeitos de estufa", o que evidencia uma "distribuição assimétrica em termos de consumo de recursos".
O continente africano "tem 16% da população, mas representa 4% das emissões". Já a Ásia "tem 56% da população e emite 35% dos gases com efeito de estufa", o que equivale a 18 mil milhões de toneladas de CO2 em 2021. De acordo com os ambientalistas, os Estados Unidos foram responsáveis por 15% das emissões e a União Europeia por cerca de 10%. No global, "os 10% da população mais abastada são responsáveis por 50% de todas as emissões".
O Painel Intergovernamental da Nações Unidas para as Alterações Climáticas aponta que "as emissões têm de baixar 45% até 2030. (Carta)