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quarta-feira, 08 junho 2022 08:52

A educação deve recuperar a soberania: Defende o professor José Castiano, vice-reitor da Universidade Pedagógica de Maputo

José Castiano260321

O Professor José Castiano defende a recuperação da soberania como forma de superar as crises que vêm ocorrendo no sector da educação. Falando na palestra sobre o “futuro da educação em Moçambique”, realizada esta terça-feira, em Maputo, Castiano disse que, quando se refere à retoma da educação, tem em vista o triângulo de ouro da educação, constituído pelo professor, currículo e os materiais de ensino.

 

Dissertando sobre o futuro da educação em Moçambique, o académico referiu que, em relação aos professores, a formação deste grupo se mercantilizou e sofreu muitas transformações. Ou seja, neste triângulo de ouro, o professor é fundamental, entretanto, há falha na formação de qualidade e para formar um docente de qualidade precisa-se de um investimento, por isso faz parte da soberania investir na formação do professor.

 

“O professor é que vai dar aulas em Moçambique, vai ensinar e educar as crianças. Ou seja, ele tem de gozar de uma formação que está na umbrela de um investimento sério e os pais devem ser os vigilantes deste investimento”.

 

“Em documentos oficiais está escrito que a educação é de todos, então, a formação dos professores para educar as crianças deve ter um alto investimento para profissionalização deste professor”.

 

Comentando sobre o currículo como meio que veicula o conhecimento, Castiano disse que as habilidades e competências que os alunos devem ter em cada fase do ensino devem ser baseadas naquilo que são as nossas tradições (a nossa história - a experiência que tivemos no tempo do socialismo na organização da educação para todos).

 

Já no que se refere aos materiais de ensino que são usados para as crianças, o professor José Castiano avançou que, nos últimos tempos, esse processo foi privatizado, sofrendo uma mercantilização.

 

“Não estou a falar apenas do livro como também de todo outro material escolar que num período inicial era garantido para todos. Entretanto, as decisões do que a criança vai aprender e o valor que traz, somos nós todos que devemos decidir enquanto moçambicanos”, explicou. (Marta Afonso)

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