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terça-feira, 19 dezembro 2023 13:54

Para grandes males...pequenos remédios!

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O desporto, cuja história apontava para ser um dos maiores patrimónios históricos do país, vem sofrendo face ao estatuto de menoridade a que foi relegado. Da Independência para os tempos em que vivemos, cometeram-se grandes males. Hoje, com o realismo e empenho de alguns, estamos numa fase dos pequenos remédios.

 

As leituras dos “rankings” internacionais, não mentem. Mas vive-se agora na tentativa de “acertar o passo” com África e o Mundo, o que poderá ser um tónico para encorajar a juventude a tirar proveito do “tónico” ímpar para a saúde, que é a prática desportiva!

 

NÚMEROS NÃO MENTEM

 

A invasão do cimento e dos “dumba-nengues”, à vista de todos, foram os primeiros “culpados” do abulicismo da juventude. O cimento tomou conta dos espaços onde se improvisavam os campos e o mercado informal fez o resto. Nem as varandas escaparam à voracidade de construir em tudo quanto é sítio, nas zonas urbanas.

 

Exemplificando: no Maputo, havia o Clube Central, movimentando o futebol na II Divisão. Dele já não reza a história. O mesmo com o Alto Maé, que possuía uma sede no bairro que lhe deu o nome.

 

E o que é feito do Atlético Nacional, Ferroviário das Mahotas, Belenenses, Beira-Mar, Rodoviário, Vasco da Gama, Aeroporto, Caju Industrial, Metal Box, Alumínios, Atlético Mahometano, S. José, Nova Aliança, Gazense, Águia D´Ouro, Inhambanense, Nacional Africano, João Albasini, IMA, Texlom, Zixaxa e tantos outros, dependentes das quotas e empenho dos sócios? Resiste ainda o Munhuanense Azar, autêntico “avis-rara”! 

 

E se tivermos em conta que estes clubes movimentavam juvenis, juniores e reservas, facilmente se pode calcular as razões pelas quais o campo de recrutamento se reduziu drasticamente, obrigando a recorrer-se aos países vizinhos, de onde vêm, muitas vezes, jogadores caros e de qualidade duvidosa.

 

Outro “pecado”: no pós-Independência, o Estado decretou um “não” às transferências dos nossos atletas para outras latitudes. Craques de craveira passaram ao lado de grandes carreiras, deixando de motivar as novas gerações. Mais um erro histórico que acabou por ser corrigido, depois de (re)conhecido.

 

E AGORA?

 

Para quem como eu viveu, sentiu e sente, de alma e coração um tempo em que os “Geny(os) Catamos apareciam todas as épocas, custa engolir e acreditar que do reduzidíssimo parque desportivo que nos restou, o do Desportivo de Maputo, venha a ser mais um em vias de desaparecimento, para aumentar o sufoco que o cimento provoca na capital do país!

 

Repare-se que o Governo foi o líder da invasão dos terrenos dos desportistas, com o impensável exemplo de construir até a Secretaria do Desporto, num espaço que anteriormente era o Ginásio de Maputo! Ao lado, metro a metro, o circuito António Repinga vai reduzindo, reduzindo, reduzindo!

 

E já que estamos a falar de prioridades, não podemos deixar de referir que nos poucos campos e recintos desportivos que sobraram, por questões financeiras ou orientações políticas, as prioridades apontam para a ocupação em cerimónias religiosas e políticas, ou espectáculos desportivos.

 

Foram grandes males!

 

Os pequenos e curtos remédios?

 

Os recintos modernos, apenas dirigidos ao desporto do Black Bulls, ENH e União Desportiva do Songo, mais o programa do elenco de Feizal Sidat em investir na formação, bloqueando e recuperando os espaços destinados ao futebol.

 

Pessoalmente, gostaria de apresentar uma proposta: “qui-tal” (como dizia o SE), destruirmos os prédios que “roubaram” espaços ao desporto, para os devolver aos legítimos donos?

Sir Motors

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