A semelhança de outros países, Moçambique também pretende atrasar o período de pico do novo coronavírus para o mês de Fevereiro de 2021, como forma de não colapsar o Sistema Nacional de Saúde.
A tese foi defendida pelo Director-Geral Adjunto do Instituto Nacional de Saúde (INS), Eduardo Samo Gudo, durante a conferência de imprensa de actualização de dados sobre a evolução dos casos do Covid-19, em Moçambique.
Segundo Samo Gudo, com o atraso do período de pico, o país poderá evitar que haja um número muito grande de pessoas que procuram o Sistema Nacional de Saúde ao mesmo, visto que, os hospitais não serão suficientes para responder a demanda. Por isso, o atraso irá dar tempo ao sistema de saúde para que se identifique um bom candidato (antivirais) que chegue a tempo antes do pico acontecer.
Na sua explicação, Samo Gudo afirmou que a estratégia de retardar o pico está ser adoptada a nível global, tendo em conta que hoje se entende melhor da epidemia e que há muitas lições que foram tiradas, particularmente da China e de outros países.
“Hoje, no mundo, existem dois grupos de países: aqueles que se atrasaram na implementação das medidas ou aqueles que ficaram relaxados e outro grupo de países que se anteciparam. A diferença que observamos é que os países que se atrasaram na tomada de medidas, o pico foi antecipado e o que ocorreu foi um número grande de casos, onde os indivíduos procuram pelos serviços de saúde em curto espaço de tempo, ou seja, entre os primeiros casos e o pico o tempo foi muito curto e não houve tempo para o sistema de saúde se preparar e houve uma grande avalanche, o que colapsou o sistema de saúde destes países”, disse a fonte.
“Existe o segundo grupo de países, que são os que estão a fazer aquilo que Moçambique está adoptar. Neste segundo grupo, Moçambique faz parte do mesmo e está a seguir suas abordagens na implementação de medidas similares com antecedência”, garantiu Samo Gudo, sublinhando que o sector da saúde tem estado a fazer é uma réplica dos países cujo a epidemia foi mais ligeira e o pico foi atrasado.
“Mas, uma grande lição tirada destes países é que houve muita disciplina do povo na implementação das medidas”, frisou.
A fonte avança ainda que, ao atrasar o período de pico, significa quebrar a cadeia de transmissão, onde ao invés de existir uma transmissão intensa e existirem muitos moçambicanos a adquirirem a infecção diariamente num ritmo muito elevado, com as medidas tomadas pelo governo, o que poderá se assistir é um nível de transmissão inferior, comparativamente aos países como Itália, Espanha e Estados Unidos da América. (Marta Afonso)